Corpo do ex-deputado Mário Juruna será sepultado em Mato Grosso

Agência Brasil – ABr – O corpo do ex-deputado e cacique xavante Mário Juruna está sendo velado no salão Negro do Congresso. A família ainda não definiu o horário em que o corpo será transladado para a aldeia Namunkurá, no município de Barra do Garça, em Mato Grosso. Juruna morreu em consequência de diabetes ontem à noite, no Hospital Santa Lúcia em Brasília. Ele tinha 62 anos, deixa 11 filhos e, segundo sua filha Samantha, “uma aldeia de netos”.

Mário Juruna foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro em 1984. No governo de Ernesto Geisel, ficou conhecido por ter gravado uma conversa com o presidente da Funai, que lhe fizera algumas promessas e depois desmentira o cacique. Mas Juruna ligou o gravador, revelando à imprensa a conversa que confirmava as promessas do dirigente. O ex-deputado vivia na cidade-satélite do Guará, no Distrito Federal, e recebia pensão especial aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Representantes de diferentes nações indígenas prestaram homenagens a Mário Juruna durante o velório no Congresso, sem a presença de parlamentares, que estão de férias. Nas primeiras horas da manhã, o secretário de Estado de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Paulo Sérgio Pinheiro, foi ao local, onde era aguardado o presidente do PDT, o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.

O cacique kaipó Raoni, e alguns índios dançaram em homenagem ao cacique xavante. “É uma dança muito triste para um amigo, mas é alegre porque ele vai se juntar aos outros chefes”, disse Raoni. A filha do cacique, Samantha, disse ainda que os filhos e netos “continuarão a luta de Juruna pelo fim do preconceito e pelos respeito aos povos indígenas”.

Célia Scherdien
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GM

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