Agência Brasil – ABr – Funcionários de propriedades rurais, peões e proprietários de 80 fazendas da região do Pantanal na extensão de Porto Morrinho até o entorno do município de Corumbá, estão sendo treinados pela Defesa Civil para o combate ao incêndio florestal. Participam, principalmente, os pantaneiros que descobriram na prática a destruição que o incêndio florestal pode causar. Em anos anteriores, foram eles que tentaram controlar o fogo, quando os focos chegaram às propriedades rurais. “Sempre nós lutamos nas foices para vencer o fogo”, informou um peão do Pantanal, Francisco Oliveira. Segundo ele, “agora com os técnicos, vamos aprender melhor, porque sempre tinhamos que ir atrás do recurso”.
Depois de receber informações da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, os participantes da capacitação vão para campo com abafadores, bombas costais, foices e enxadas, os equipamentos que vão utilizar em situações reais de incêndio. ]
O mesmo treinamento que está sendo feito em Corumbá, na fazenda Mundo Novo, será levado a outras 80 propriedades rurais da região. “O trabalho é de preparação com objetivo de diminuir os focos de incêndio, o desastre ecológico”, explica o técnico da Defesa Civil, Fábio Santos Catarinelli, enfatizando será uma tentativa de minimizar ao máximo os incêndios florestais e reduzir os danos e prejuízos que são causados por essa ameaça.
Segundo o Corpo de Bombeiros, os focos estão aumentando e o trabalho de combater fica cada vez mais difícil. Mais de 200 já foram registrados neste ano na região pantaneira, e o esforço vai ser concentrado até o final do mês de agosto, quando o número de focos de incêndio triplica.
No ano passado, mais de 150 mil hectares de pastagens e mata nativa foram queimados no Pantanal. Os produtores rurais tiveram prejuízos e muitos ficaram sem pasto e perderam parte do rebanho, conforme dados do Sindicato Rural de Corumbá. De acordo com a secretária Executiva do Ibama em MS, Natalina da Rocha, este ano, o Ibama já registrou a liberação da licença para queimadas controladas e até isentou os fazendeiros da taxa de R$ 3,50 por hectare, mas somente 15 produtores já entraram com requerimento.
Marília de Castro
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CBM