Rota Brasil Oeste – O novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Arthur Nobre Mendes, assumiu o cargo nesta quarta-feira, dia 24, com o compromisso de fortalecer a instituição. “Enquanto eu estiver na Funai, as picaretas dos mineradores estarão fora das terras indígenas”, prometeu.
Otacílio Antunes, ex-presidente da instituição, ficou apenas 48 dias no cargo. Neste período, ele sofreu com acusações de ter assumido a presidência por influência do senador Romero Jucá (PSDB-RR). O político é autor de um projeto de lei que regula mineração em terras indígenas e é ligado a empresas de Roraima. A proposta causou revolta e protestos em várias etnias e organizações da sociedade civil.
Na solenidade de transmissão de cargo, várias lideranças indígenas vieram prestigiar Mendes, funcionário de carreira da instituição desde 1983. Parte da equipe de Antunes, o antropólogo exercia o cargo de diretor de Assuntos Fundiários. Em seu discurso de despedida, o ex-presidente da Funai, destacou como desafio a necessidade de aumentar a união entre índios e o órgão governamental para resolver as questões indígenas.
Recentemente, no velório do ex-deputado Juruna, o cacique Raoni demonstrou revolta contra a política indigenista do governo. “A gente quer um indígena como presidente da Funai” afirmou o líder caiapó. “Ela tem de ser forte, cuidando da saúde, educação e tudo.”
Fernando Zarur
Com Agência Brasil