Agência Popular de Notícias – MS – “Os povos nativos de Mato Grosso do Sul” é o tema que o historiador Henrique Spengler desenvolveu para o livro Mato Grosso do Sul, do jornalista Paulo Renato Coelho Netto. A convite do jornalista, o historiador escreveu sobre a origem do sul-mato-grossense. O trabalho será lançado em outubro, durante as comemorações da divisão do Estado. O livro é patrocinado pela empresa Verdeagro, de Ponta Porã, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
“Um dos objetivos do meu trabalho é revelar a verdadeira identidade de Mato Grosso do Sul, um Estado jovem, que vai completar 25 anos e que, por isso mesmo, ainda procura respostas sobre nossas origens, nossa história e nossa cultura”, diz Paulo Renato. O texto de Henrique Spengler vem preencher esta lacuna. “Spengler é um especialista, um estudioso sobre o assunto desde que Mato Grosso foi dividido”, explica o jornalista.
Spengler conta que suas pesquisas têm o objetivo de revelar a identidade de Mato Grosso do Sul a partir de referências regionais primitivas, nativas. O historiador conta que o tema é pouco explorado. “No bastidor artístico cultural já existe um conhecimento mediano sobre o assunto, mas na sociedade em geral o tema é praticamente desconhecido. A sociedade ainda ignora nosso processo histórico e por isso mesmo o desvaloriza”, conta.
O campo-grandense Henrique Spengler, que atualmente mora em Coxim, diz que a função dos produtores culturais é reverter esta situação, esclarecendo a comunidade. “Mato Grosso do Sul é nosso Estado de direito. O Guaicuru é nosso estado de espírito”, diz.
Henrique Spengler tem 44 anos e é formado em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado, de São Paulo. Cursou história em Campo Grande na antiga Faculdade Católica de Mato Grosso, a Fucmat, hoje Universidade Católica Dom Bosco, a UCDB. É também pós-graduado em Educação por um convênio entre a antiga Socigran, de Dourados, e a Universidade Braz Cubas, de Mogi das Cruzes, São Paulo. É também fundador do Movimento Cultural Guaicuru e da Fundação Guaicuru de Cultura e Meio Ambiente.
O trabalho – O livro Mato Grosso do Sul aborda 19 cidades, o Forte Coimbra, a fauna e a flora do pantanal. Para a primeira edição, o jornalista esteve em Aquidauana, Aparecida do Taboado, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Costa Rica, Dourados, Jardim, Maracaju, Miranda, Nioaque, Paranaíba, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante e Três Lagoas. Viajou também para o pantanal e o Forte Coimbra.
O trabalho fala também sobre folclore, ecologia, meio ambiente, turismo, economia, geografia, cultura e história. Há capítulos ainda sobre pássaros, répteis, peixes e mamíferos. O jornalista aborda ainda atropelamentos e contrabando de animais silvestres e o Aquífero Guarani, o maior lençol de água doce da América do Sul – que se encontra praticamente em todo subsolo sul-mato-grossense -, e que se estende por quatro países, o Brasil, Paraguai, Uruguai e a Argentina. A convite do jornalista, há ainda um texto exclusivo sobre queimadas escrito pelo ambientalista Frans Krajcberg.
O jornalista percorreu sozinho, de carro e barco, mais de dez mil quilômetros pelo Estado para realizar o trabalho. Ao todo foram 14 meses de pesquisas. Apenas para o Forte Coimbra foi acompanhado pelo jornalista e fotógrafo Dioraí Leão, de São Paulo. Paulo Renato Coelho Netto é autor também das 27 fotografias que constam na obra. O livro é traduzido para o inglês pelo jornalista e professor universitário Carlos Alberto Silva Filho.