Animais silvestres podem ser criados para consumo nas reservas extrativistas

Agência Brasil – ABr – As populações tradicionais das reservas extrativistas já podem criar animais silvestres para consumo e comercialização, a partir de orientações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Dois projetos estão em fase de implementação: o da reserva Tapajós-Arapiuns, no Pará, e o de Cazumbá-Iracema, no Acre. Nessas áreas são criadas capivaras e queixadas que, além de servirem de alimento para a comunidade local, geram renda com a venda do excedente de carnes.

De acordo com o coordenador de fauna do Centro Nacional de Populações Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável (CNPT) do IBAMA, Alberto Costa de Paula, a proposta surgiu dentro das próprias comunidades extrativistas, que estavam verificando a diminuição da população de alguns animais. “O que estamos fazendo agora é reunir o conhecimento das pessoas dessas regiões com o conhecimento científico para que a comunidade possa fazer uso dos recursos naturais sem prejudicar o meio ambiente”, diz.

Os animais silvestres serão criados no método semi-intensivo, no qual ficam soltos em grandes áreas cercadas. Isso permite que o meio ambiente local permaneça equilibrado. Segundo Alberto de Paula, o IBAMA não vai precisar fiscalizar as atividades das reservas. “Os moradores locais já vão trabalhar combatendo a caça e pesca predatórias. O projeto é em benefício da própria comunidade, que não quer desenvolver modalidades de caça que comprometam o futuro das espécies nativas”, explica o coordenador.

Existem hoje, no Brasil, 24 reservas extrativistas, sendo oito marinhas e 16 na Amazônia. Essas últimas somam 4,1 milhões de hectares de áreas protegidas. Segundo dados do IBAMA, mais de 50 mil pessoas se beneficiam diretamente com essas reservas.

Fernanda Andrade
——
CM

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *