Polícia promete investigar grilagem que ameaça nascentes

Rota Brasil Oeste – A grilagem de terras no Distrito Federal promete fazer mais uma vítima: uma área de nascentes que abastecem a região de Sobradinho, no Distrito Federal A invasão iniciada há cerca de dois meses em terras públicas em Sobradinho, denunciada na edição de ontem do Jornal do Brasil, será alvo de uma operação do Sistema Integrado de Vigilância do Solo (SIV – Solo), da Polícia Militar do Distrito Federal e da Administração Regional de Sobradinho. O terreno de aproximadamente 1,4 mil hectares fica próxima à Área de Preservação Ambiental de Cafuringa, onde existem dezenas de nascentes.

O sub-secretário do SIV-Solo, Benjamim Ferreira, disse que as terras ocupadas vinham sendo invadidas constantemente. Ele declarou que a região é uma das áreas mais cobiçadas do Distrito Federal não só pela localização, mas também pelo valor no mercado imobiliário. Caso as terras fossem griladas, a área poderia se transformar no maior condomínio do DF.

Localizado em cima de um morro, a região é onde estão vários riachos que formam o córrego Sobradinho que abastece as redondezas da cidade com mesmo nome. A ocupação, além de criminosa por ser em terras públicas, ameaçaria todo o ecossistema local, comprometendo a qualidade de vida da população que já sofre com a falta d´água no período da seca.

Os moradores que invadiram a área recentemente construíram dois barracos. Eles dizem ser descendentes do antigo proprietário das terras, chamado Gomes Rabelo. Segundo os supostos descendentes do ex-dono, a família não chegou a ser ressarcida pela desapropriação da área pelo governo. E, por isso, as terras são de sua propriedade.

A história é exatamente a mesma contada em dezenas de outros casos de grilagem que estão acabando com o meio-ambiente e comprometendo a qualidade de vida de Brasília. O discurso é o mesmo adotado, por exemplo, pela família Passos, processada pelo crime. Hoje, a prática ganha tons de crime organizado. Uma verdadeira máfia que, por incrível que pareça, assola a capital federal.

Ontem, carros das polícias civil e militar foram ao terreno a pedido da imprensa que estava no local. Paulo Roberto Silva, da Rádio Nacional, disse que pelo menos dez pessoas estavam invadindo a área e que carregavam estacas de madeira para cercar o terreno em uma caravana. Segundo o repórter, os moradores dos dois barracos prometeram defender a área – que eles alegam ser de sua propriedade – com unhas e dentes.

– O curioso é que eles estavam sem arame para continuar a cerca, mas, em seguida, um carro da CEB (Companhia Energética de Brasília) passou pela área. Logo depois , os moradores conseguiram os rolos de arame – disse o repórter, que teria ouvido de alguns moradores que gente grande e importante estaria interessado na invasão da área.

(Com matéria do Jornal do Brasil – Larissa Guimarães)

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