Agência Brasil – ABr – O Brasil comemora a vitória na luta contra a malária. A queda na incidência da doença começou depois da implantação, em 1999, do Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária na Amazônia Legal (PIACM) pelo Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Gerência Técnica de Malária. O programa atinge os Estados do Acre (AC), Amazonas (AM), Amapá (AP), Maranhão (MA), Mato Grosso (MT), Pará (PA), Rondônia (RO), Roraima (RR) e Tocantins (TO).
Os resultados do programa estarão sendo analisados nesta sexta-feira, em Brasília, por médicos e sanitaristas que participam da 10ª Reunião de Avaliação do PIACM. Segundo o coordenador nacional do PIACM, José Lázaro Ladislau, foram registrados na Amazônia Legal, em 1999, cerca de 535.200 casos de contaminação. Em 2000, os casos aumentaram para 546.351, caindo para 338.429 em 2001 e para 281.236 em 2002. A redução dos casos de malária, desde a implantação do plano, foi de 47,45%. Esse percentual pode chegar a 50% em 2010, informou.
O número de mortes causadas pela malária, principalmente pela P. falciparum, a forma mais grave da doença, caiu em mais de 50%. Em 2000, morreram 240 vítimas. Em 2001, foram 129 óbitos. Até o fim do ano, a estimativa de mortes não ultrapassa os 80, informou Ladislau. O trabalho mais difícil, na sua opinião, está no Pará, onde se concentra maior número de casos.
Em Tocantins, 933 pessoas foram contaminadas até outubro deste ano, enquanto no Pará, foram contaminadas 124.750 pessoas, quase a metade do total de toda a Amazônia Legal. As causas para o descontrole da malária vão desde a migração nas áreas de exploração de minérios às invasões de terras, ao desmatamento florestal, à deficiência no tratamento da doença, à precariedade das habitações e à resistência às drogas anti-maláricas.
A eficiência dos trabalhos do PIACM – como a rapidez no diagnóstico, o tratamento mais avançado para a doença, a disponibilidade de recursos e o preparo dos profissionais para alcançar as populações afetadas – é a razão da queda dos índices da malária na Amazônia, informa Ladislau. Ele aponta também a importância do treinamento e aperfeiçoamento dos recursos humanos no controle do mosquito Anopheles darlingi, transmissor da malária.
Kellerman Lemos