Vacinação contra a febre amarela silvestre reduz número de casos

Agência Brasil – ABr – As ações de prevenção e controle da febre amarela silvestre vêm reduzindo sensivelmente o número de casos da doença no país. Em 2001, foram registrados 41 casos, 54% a menos do que em 2000, quando houve 85 notificações. Este ano a redução foi maior ainda, atingindo 80,5%, com o registro de apenas oito casos de febre amarela silvestre. A febre amarela urbana foi erradicada no Brasil: não há casos desde 1942.

Com relação aos óbitos provocados pela doença, foram 40 em 2000, 22 em 2001 e dois este ano. Este número representa 10 vezes menos casos em 2002 em relação ao ano anterior e 20 vezes menos em relação a 2000.

Para alcançar este resultado, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, iniciou em 1998 a imunização em massa de moradores de áreas endêmicas. Também foi recomendada a vacinação para ecoturistas e visitantes dessas áreas. O resultado foi a imunização de mais de 61 milhões de pessoas contra a febre amarela e a conseqüente redução do número de casos.

Como parte da estratégia de prevenção e controle da febre amarela silvestre, a Funasa firmou parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a fixação de faixas nas entradas dos Parques Nacionais e a distribuição de folders aos pescadores, alertando sobre a necessidade da vacinação.

Outra parceria importante foi firmada com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que permitiu capacitar 240 médicos e dentistas que fazem atendimento a caminhoneiros em todo o Brasil. Esses profissionais atuaram posteriormente como multiplicadores junto aos demais médicos e dentistas que atendem nos Centros Assistenciais e Profissionais Integrados dos Trabalhadores em Transporte (Capit).

Dessa forma, foi possível informar a 25 mil caminhoneiros a respeito da doença e orientá-los sobre como repassar as informações nos municípios por onde passam, em especial nas pequenas comunidades. Foram repassados para os caminhoneiros 75 mil cartazes, 75 mil folders, 25 mil camisetas, 25 mil bonés e 25 mil botons para auxiliar a difusão das informações.

Risco – Mesmo com as ações exitosas no controle desta endemia, um caso confirmado de febre amarela silvestre em um morador da cidade San Ignácio, a apenas 100 quilômetros do município de Cáceres, no Mato Grosso, reforça o alerta das autoridades sanitárias brasileiras para a necessidade de vacinação contra a doença.

A Funasa, órgão executivo do Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as secretarias estadual de Saúde do Mato Grosso e do município de Cáceres estão intensificando a vacinação contra a doença. A vacina é segura, protege por 10 anos, é gratuita e está disponível nos postos de saúde. De acordo com dados da Secretaria estadual de Saúde, a cobertura vacinal contra a febre amarela em Cáceres é de 98%.

Além de informar e alertar a população sobre a doença e a vacinação, a Secretaria de Saúde de Cáceres está oferecendo a vacina para os bolivianos que cruzam a fronteira, para evitar um possível surto na comunidade local.

Na cadeia de transmissão da febre amarela silvestre, o macaco é o hospedeiro do vírus que provoca a doença. A contaminação ocorre quando um mosquito leva o vírus do macaco infectado para o homem.

Férias – As pessoas que pretendem viajar de férias para áreas de risco devem se precaver. As secretarias de Saúde dos estados de Goiás e do Rio Grande do Sul informaram sobre a ocorrência de mortes de macacos. Em Goiás, no município de Rio Quente, no final de outubro, um macaco foi encontrado doente e morreu dias depois. A Fundação orientou as secretarias estadual e municipal de Saúde para que investiguem casos humanos suspeitos e verifiquem a cobertura vacinal na região.

Em novembro, foi confirmado um caso de febre amarela silvestre em um macaco guariba capturado no município de Jaguari, no noroeste do Rio Grande do Sul. O município não estava inserido na área de transição do estado. Portanto, a vacinação está sendo recomendada para os moradores dessa região e para aqueles que viajarão para lá.

Além dessas regiões, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão executivo do Ministério da Saúde, recomenda a vacinação contra a doença às pessoas que irão viajar para áreas de matas ou cachoeiras nas férias e nos feriados de Natal e Ano Novo. A mesma recomendação vale para os praticantes de esportes radicais, ou esportes da natureza, os ecoturistas.

Uma extensa faixa de território brasileiro é considerada endêmica para a febre amarela silvestre. O vírus amarílico circula nas áreas de matas em todos os estados das regiões Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), além do Maranhão, na região Nordeste.

Uma outra área que também é considerada de risco abrange faixas territoriais de sete estados: sudoeste do Piauí e região oeste da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul. Recomenda-se a vacinação prévia contra a febre amarela silvestre para todos aqueles que viajarem para essas áreas. A vacina está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano, é gratuita, e deve ser aplicada 10 dias antes da viagem.

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