Agência Câmara – Os integrantes da CPI do Tráfico de Animais e Plantas Silvestres estão no Amazonas, onde visitarão, até sexta-feira, as cidades de Manaus, Tabatinga, Benjamin Constant e São Gabriel da Cachoeira, além de Letícia, na Colômbia. Os deputados irão colher informações sobre denúncias de contrabando de peixes na divisa do Brasil com o Peru, para outros países. Segundo o deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), integrante da Comissão, peixes com tamanho impróprio para a comercialização são vendidos na Colômbia como se fossem daquele país para escapar da fiscalização do Ibama.
RESULTADOS EM PRAZO CURTO
Após fazer diligências e colher dezesseis depoimentos na Bahia, a CPI está finalizando as atividades externas para iniciar seu relatório final. De acordo com Asdrúbal Bentes, mesmo com prazos curtos, a Comissão está conseguindo realizar um trabalho importante na descoberta das redes de tráfico, como a “comprovação da existência de uma verdadeira máfia por trás do tráfico de animais silvestres; às vezes, até consorciado com a exploração de madeira, como no caso da Bahia, onde muitas vezes a madeira serve de esconderijo para o tráfico de animais silvestres”.
O transporte ilegal desses animais e plantas, de acordo com Asdrúbal Bentes, também é feito disfarçadamente por meio de caminhões com artesanato, comercializados no exterior. O parlamentar considera absurdo, por exemplo, que o Japão tenha patente do cupuaçu. Existem, segundo o deputado, muitas pessoas envolvidas no tráfico que se aproveitam da ingenuidade do homem do campo.
SUGESTÕES
Uma das mudanças que a CPI deverá sugerir, no relatório final, será dar à justiça comum a responsabilidade de coibir o tráfico de animais e plantas silvestres, para assim evitar o conflito de competência com a justiça federal existente hoje.
Os parlamentares devem sugerir ainda que os traficantes sejam punidos com leis mais rigorosas. O relatório final da Comissão deverá ser apresentado no próximo dia 28.
Liz Elaine Lôbo/ ND