Agência Brasil – ABr – A Fundação Nacional do Índio negou hoje (30) as denúncias veiculadas pelo periódico Diário da Amazônia, de 28 de janeiro, segundo as quais já passam de 100 os garimperiros mortos em conflitos na terra indígena Roosevelt, em Rondônia e Mato Grosso. Segundo o periódico, a Funai teria instituído um Grupo Tarefa para averiguar e pôr um fim ao problema, retirando os garimpeiros da área, em função dos contínuos incidentes ocorridos na região.
A terra indígena Roosevelt é registrada no Patrimônio da União desde 1994 para usufruto e desenvolvimento da etnia dos Cinta-Larga, que ali habitam. É, portanto, área sob proteção federal, na qual o ingresso só é permitido pela Funai, que já precisou realizar mais de uma operação para retirar invasores e exploradores de bens naturais, como os que agora inventam a estória de uma “carnificina” na T.I. Roossevelt.
O grupo-tarefa constituído em novembro passado está previsto no Plano Emergencial para Proteção Territorial e Apoio Sócio-Econômico aos Índios Cinta-Larga. A retirada dos invasores foi apenas um dos ítens para impedir a exploração e espoliação do grupo indígena. Assim, desde novembro, faz-se um trabalho de indigenismo, de conversas com os representantes da etnia para o desenvolvimento, a partir deste ano, de ações no âmbito da educação e da saúde, assim como a discussão dos meios para a auto-sustentabilidade dos Cinta-Larga. Serão construídas ou reformadas escolas, formados professores específicos ao ensino indígena e ministradas aulas de alfabetização. A construção de postos de saúde e melhorias no atendimento à etnia também serão executadas.
A retirada de garimpeiros foi negociada junto às lideranças indígenas e à Funai, tendo por prazo-limite o dia 25. Antes da data foram saindo ordeiramente. A partir de então, 20 funcionários da Funai – convocados pela Coordenação do Grupo Tarefa – e número igual de Índios Cinta-Larga passou a dirigir a saída, de forma tranquila e sem violência. Em acerto com a Polícia Federal, esta manteve-se em alerta no entorno da terra indígena para efetuar as possíveis prisões dos invasores da área federal.
O sub-coordenador do grupo-tarefa, Orlando Silveira, ao ser procurado pela equipe do citado Diário da Amazônia, negou-se a dar entrevista por telefone, informando que só o faria pessoalmente e mediante gravação em cassete. Com a finalidade de evitar incidentes anteriores com o periódico, tais como distorção de frases ou criação de não existentes. Nenhum dos repórteres compareceu à sede do GT, em Cacoal, mas foram veiculadas falas não ditas pelo sub-coordenador.
Tal “chacina” criada pelo Diário é divulgada com menos de um mês de campanha institucional em rádio (RO e MT) e Rádio Nacional/Amazônia) e televisão (TV Cacoal/Rede Amazônica em favor dos Cinta-Larga, sua cultura e da preservação das terras indígenas em que habitam e que são parte do cinturão de proteção ambiental de todos os cidadãos de Rondônia e Mato Grosso. E de um trabalho de indigenismo que permita aos integrantes da etnia se desenvolverem também em harmonia com a sociedade envolvente.
Ainda como parte da obrigação de divulgação das ações realizadas, a coordenação do grupo tarefa envia, com frequência, relatórios sobre as ações realizadas para a Presidência da Funai e para a 6ª Câmara do Ministério Público Federal, em Brasília. Esperamos que, com a recente extrusão dos invasores da Roossevelt, também a população dos municípios do entorno seja beneficiada com o retorno da tranquilidade e qualidade de vida. E com o exemplo de respeito à lei.