Ibama – A hipótese de contaminação das águas do rio Iriri, afluente do Xingu, no Pará, por atividade de mineração, foi descartada esta semana por técnicos do Ibama que fizeram um sobrevôo no local, acompanhados pelo diretor de Proteção Ambiental do Instituto, Flávio Montiel. Nesta sexta-feira (14/02) o Ibama espera ter os resultados dos exames feitos, nas amostras coletadas, para apontar a causa da mortandade de peixes no rio Iriri.
As primeiras coletas de amostras de água e peixes foram realizadas na sexta-feira (07/02), num trecho de 80 quilômetros do Rio Xingu, que banha a cidade de Altamira. No domingo (09/02), o material coletado foi encaminhado ao Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde estão sendo realizadas análises microbiológicas pela professora Sandra Azevedo, para detecção de cianotoxinas (toxinas produzidas por algas). Na terça-feira (11/02) outras amostras de água, peixes e sedimentos foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém (PA), para análise de metais pesados (mercúrio), cianotoxinas e necrópsias.
Transparência
Na terça-feira, o representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), Juracy Dias, disse, em Maribel, que serve de entreposto de pesca às margens do rio Iriri, a 100 quilômetros da Rodovia BR-230/ Transamazônica e a 200 quilômetros da cidade de Altamira, que o Ibama está demonstrando transparência na operação que investiga as causas da mortandade de peixes no rio Iriri. “A determinação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de ter um representante da sociedade civil acompanhando os trabalhos demonstra isso”, afirmou Dias na presença do diretor de Proteção Ambiental do Ibama Flávio Montiel e de cerca de 100 pescadores e ribeirinhos reunidos no local.
Dias acrescentou que toda a população do Xingu será informada sobre o trabalho técnico que os cientistas e pesquisadores estão realizando ao longo da calha dos rios Iriri e Curuá, na região do Entre Rios, que abrange também o igarapé Bala e o rio Catete, que cortam as aldeias dos cerca de 80 índios Xipaia e Curuayas, habitantes da região.
Edson Gillet Brasil