Agência Brasil – ABr – O Brasil pode deixar de importar cerca de US$ 40 milhões por ano em madeiras para fabricar instrumentos musicais. O Laboratório de Produtos Florestais da Universidade de Brasília (Unb) testa, desde de 1983, 400 espécies de madeiras para uso em instrumentos musicais e, destas, 50 já foram selecionadas – como o pau-Brasil, o Mogno e o Jacarandá-da-Bahia -, para substituir, no Brasil, a maioria das 15 espécies de madeira usadas na fabricação de instrumentos musicais no mundo todo.
O resultado do projeto “Avaliação de Madeiras Amazônicas para Utilização em Instrumentos Musicais” foi apresentado, hoje, ao presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcos Barros, em comemoração ao 14º aniversário da instituição. O músico brasiliense, Pablo Fagundes, fez uma apresentação de blues e ritmos brasileiros com quatro gaitas de madeiras amazônicas: o ipê, o louro, a copaíba, o tauari, e o açoita-cavalo.
O projeto, segundo o coordenador, Mário Rabelo, objetiva utilizar as madeiras alternativas da Amazônia para fabricar instrumentos musicais de cordas e de percussão. Ele garante que a utilização das madeiras alternativas poderá ter um significado especial para a viabilização dos planos de manejo florestal sustentável, principalmente nas comunidades ribeirinhas da região amazônica. O chefe do laboratório do Ibama, Marcus Vinicius Alves, também está confiante no projeto. “Fabricar instrumentos musicais com madeiras alternativas brasileiras é uma das melhores formas para agregar valor, substituir importações, difundir e dar credibilidade aos produtos florestais brasileiros pouco conhecidos e utilizados no país e no exterior”, afirmou Alves.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou das comemorações do 14º aniversário do Ibama, que também incluiu apresentações do Coral dos Servidores, o Grupo Vocal Ecoar. “O Ibama é um forte aliado na proteção do meio ambiente. Por isso, precisa ser lembrado sempre”, disse a ministra. Marina Silva enfatizou, também, a importância de se estabelecer uma nova política de meio ambiente no novo governo. “Teremos novos tempos, mas precisamos da ajuda de toda a sociedade”, disse a ministra.
Segundo Marina Silva, uma das formas de se estimular a educação ambiental é investir na cultura. “A cultura é um forte instrumento que ajuda a difundir informações ambientais, principalmente nas comunidades de difícil acesso”, completou a ministra.
O presidente do Ibama, que também participou das comemorações do aniversário do Instituto, garantiu que o governo Lula está bastante empenhado em proteger o meio ambiente. Ele disse que a prioridade atual é evitar que os 120 focos de incêndios no Estado de Roraima se alastrem, podendo ocasionar queimadas semelhantes às de 1998, que duraram cerca de um mês. Outra prioridade será oferecer cursos de alfabetização e qualificação profissional para os funcionários da instituição.
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Ana Paula Marra