Uma nova política indigenista

Agência Brasil – ABr – O novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Eduardo Aguiar de Almeida, assumiu hoje com o compromisso de fazer mudanças na política indigenista. Cerca de dez etnias prestigiaram a cerimônia no auditório do Ministério da Justiça. “Assumo a direção do órgão indigenista oficial num quadro inédito: há esperança por toda parte, inclusive de não ter mais que viver sob medo, exclusão e discriminação”, afirmou.

Ao empossar o novo presidente, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, destacou a urgência na capacitação da Funai para tratar dessas mudanças, principalmente para promover uma atualização da legislação. “As especificidades e diferenças são muito grandes e é preciso uma nova atualização. A idéia é criar um conselho que efetivamente estabeleça as diretrizes gerais de uma política indigenista no Brasil com a participação das comunidades indígenas e de todos os envolvidos nessa questão”, defendeu Thomaz Bastos.

Thomaz Bastos disse que a mudança também promoverá o respeito às diferenças entre os povos indígenas. “A política indigenista no Brasil vai mudar, mas não vai ser aquela mudança súbita que põe em risco a segurança do grupo. Será uma mudança forte, paulatina, que efetivamente cumpra os melhores e mais generosos desígnios de todos aqueles que sonharam com uma época de respeito às diferenças, divergências e dificuldades”, explicou. “Para isso, teremos uma permanente atenção às propostas e interesses de todas as etnias, assim como das organizações legítimas indígenas”, garantiu o ministro.

Eduardo Almeida acrescentou que a união de forças e das lideranças indígenas também é fundamental para a reestruturação da Funai. “O melhor de uma honrosa tradição indigenista brasileira precisa ser valorizada, resgatada, desenvolvida e atualizada”.

Cecília Jorge

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