Escolas indígenas voltam a funcionar em Rondônia e Mato Grosso do Sul

Agência Brasil – ABr – As escolas indígenas Cinta Larga, etnia que habita as terras contínuas de Serra Morena, Aripuanã e Roosevelt, e Parque Aripuanã, nos Estados de Mato Grosso e Rondônia, fechadas há mais de 10 anos, voltaram a funcionar. A técnica da Funai, Ângela Maria Silva, explica que as escolas deixaram de funcionar em conseqüência das atividades ilegais do garimpo de diamante e, agora, estão atendendo estudantes de seis aldeias que andam até sete quilômetros para assistir às aulas.

Segundo o cacique Poeira, todos estão satisfeitos com a reativação das escolas. Ele não acreditava que os alunos pudessem voltar a estudar, devido ao envolvimento dos índios com a atividade ilegal de diamantes. Desde o ano passado, a Funai, em ação conjunta com diversos órgãos federais e secretarias de Educação de Mato Grosso e Rondônia, está desenvolvendo uma série de ações para proteger as comunidades indígenas das conseqüências nefastas do garimpo de diamante na região.

Além de reativar escolas, o órgão indigenista está realizando oficinas de resgate cultural da língua Cinta Larga, de manejo, interculturalidade, metodologia, planejamento escolar e entre outras que deverão ser programadas até o final do ano. Um grupo tarefa formado por indigenistas está acampado no garimpo desde janeiro, para impedir o retorno dos garimpeiros, expulsos com o apoio dos guerreiros e lideranças Cinta Larga.

A AER de Cacoal registrou as escolas em cartório e, em breve, elas receberão os recursos para material e merenda. Além das aldeias Capivara e Rio Furquim, na Terra Indígena Serra Morena, as duas escolas têm unidades com duas salas de aula, funcionando nas aldeias do Rio Seco, Taquaral e Cachoeirinha, na Terra Indígena Aripuanã. A Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso (Seduc) contratou seis professores para atender as escolas e todos estão morando nas próprias aldeias. “Logo que as chuvas melhorarem, esses professores, que estão morando nas aldeias, participarão de oficinas de metodologia e interculturalidade”, explicou.

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