Ato público contra biopirataria defende Cupuaçu

Estação Vida – Mais uma ação da Campanha contra a biopirataria movimentará diversas instituições na defesa do patrimônio cultural dos povos da floresta. Desta vez será um ato público contra o registro do nome da fruta Cupuaçu como marca comercial da empresa Asahi Foods. Acontecerá neste sábado, 19, no município de Presidente Figueiredo [AM], onde todo ano milhares de pessoas se reúnem na festa dedicada ao Cupuaçu. A organização é do Grupo de Trabalho Amazônico [Rede GTA] e do Greenpeace Brasil, com apoio da Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas. Durante o ato será realizado um abaixo-assinado que servirá de base para a ação jurídica internacional iniciada pela Amazonlink e Rede GTA, visto que em março houve o esgotamento do prazo de contestação da patente.

A história começou em dezembro do ano passado quando uma cooperativa de pequenos produtores descobriu que não poderia usar o nome do cupuaçu porque estava registrado pela Asahi Foods na Europa, Japão e Estados Unidos. Foi lançada então pela Amazonlink, uma campanha que visa alcançar um legislação adequada para a defesa dos conhecimentos tradicionais e indígenas, como receitas ou sementes crioulas. Levar o país para uma postura firme contra o patenteamento da vida nos acordos da Organização Mundial do Comércio e da Organização das Nações Unidas, é outra ação da campanha que pretende atingir as pessoas através de reuniões comunitárias e uso de emissoras locais de rádio.

A Amazônia brasileira possui 20% da biodiversidade do mundo, e não pode continuar a ser explorada. O Brasil precisa manter sua integridade e reduzir sua devastação. Baseado nisso, acontecerão em maio, debates sobre o tema no Congresso Nacional e um seminário científico sobre seu desdobramento no campo da pesquisa está sendo preparado pelo Museu Emílio Goeldi.

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