Agência Estado – Oficinas realizadas neste início de abril incluíram a discussão sobre segurança para os turistas e para o meio ambiente
Campinas – A segurança dos adeptos do turismo de aventura foi uma das pautas principais nas oficinas de discussão sobre o desenvolvimento sustentável das atividades, promovidas neste início de abril pelo Instituto Brasileiro de Turismo [Embratur]. As oficinas se dividiram em esportes de água, ar e terra e contaram com a participação de quase uma centena de especialistas, instrutores, agentes de turismo e esportistas das diversas modalidades. As propostas serão transformadas num Plano Nacional de Turismo de Aventura, ficando a capacitação, regulamentação, normatização, registro e fiscalização sob responsabilidade do Ministério do Turismo e a promoção e comercialização de produtos turísticos, a cargo da Embratur.
De acordo com os participantes das oficinas, o turismo de aventura não pode deixar de lado a emoção, mas os riscos devem ser controlados, exigindo o uso de técnicas e equipamentos específicos; a adoção de procedimentos para garantir a segurança pessoal e de terceiros e o respeito ao patrimônio ambiental e sociocultural.
O turismo de aventura brasileiro tem um potencial enorme de comercialização internacional, desde que se resolvam as carências, então estamos apoiando as discussões e vamos encaminhar as demandas e propostas ao Ministério do Turismo e a quem mais de direito, para favorecer a organização dos diversos esportes e poder promover novos produtos de turismo, afirma Fábio Grossi de Andrade, da Embratur.
Segundo ele, em muitos casos, ainda é necessário o estabelecimento de regras para os próprios esportes, para depois se certificar o turismo associado a tais esportes. Os esportes de água e ar estão mais adiantados, porque há uma exigência internacional maior de regulamentação, por parte de federações e associações, mas os de terra ainda precisam estabelecer as regras. Eventualmente, a Embratur poderá intermediar contatos com países fortes em turismo de aventura, como a Austrália e Nova Zelândia, e com o Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável, que já discute a certificação do turismo ambiental.
Entre as carências mais evidentes, no Brasil, estão a falta de profissionais qualificados, até mesmo para capacitar novos guias e esportistas; demanda acima da disponibilidade de atendimento especializado; falta de diagnóstico das áreas exploradas nos esportes de aventura; falta de definição da capacidade de carga e medidas de mitigação de impactos ambientais; falta de informação adequada ao turista; deficiência nas normas para uso dos equipamentos e prática das atividades; ausência de política para utilização dos parques nacionais e poucas equipes qualificadas para resgate e atendimento de emergências.