Funai desmente ameaça de invasão de terra dos Cinta Larga por garimpeiros

Agência Brasil – ABr – O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Eduardo Almeida, desmentiu a informação de que um grupo de garimpeiros estaria na iminência de invadir as terras dos índios Cinta Larga. A reserva dos Cinta Larga fica em Rondônia, em uma região muito visada, por possuir jazidas de diamantes. Almeida disse que têm sido freqüentes os boatos de invasão no local. “Isso parece fazer parte de uma estratégia dos garimpeiros, orientados por pessoas pouco escrupulosas”, afirmou.

Segundo o presidente da Funai, o Governo Federal já sinalizou de forma muito clara que não vai permitir a reativação do garimpo. “Estamos mais uma vez alertas a qualquer risco de invasão”, garantiu. Para impedir futuras invasões, Almeida informou que a Funai tem um grupo-tarefa que está nas áreas onde antes se desenvolviam atividades de garimpo. Para fiscalizar a região, a Funai tem o apoio da Polícia Federal.

A invasão na reserva dos Cinta Larga começou na década de 60. Os seringueiros foram os primeiros a chegar. Logo depois, os garimpeiros passaram a rondar as terras à procura de diamantes, já encontrados às margens do rio Roosevelt. Os índios, que habitam há pelo menos 500 anos os cerca de três milhões de hectares nos estados do Mato Grosso e de Rondônia já eram atormentados por invasores.

Embora a maioria dos Cinta Larga ainda não tenha aprendido português, o assédio dos garimpeiros é muito forte. O presidente da Funai disse que os garimpeiros aproveitam a dificuldade dos órgãos públicos, para aliciar os índios. Almeida disse que, mesmo com o assédio constante, “os índios são francamente contra este tipo de invasão, porque o prejuízo é enorme para a comunidade”.

Almeida destacou também o alto custo das operações de fiscalização. Somente nesta operação, foram gastos mais de R$ 1 milhão. Ele explicou que, só na região de Cinta Larga, nos três últimos anos houve quatro grandes operações para a retirada de garimpeiros da região, sem sucesso. Para neutralizar essas situações, explicou o presidente, estão sendo tomadas medidas estruturais junto com o Ministério de Minas e Energia.

Andréia Araujo

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