Mortalidade infantil indígena é duas vezes maior

Estação Vida – A saúde das crianças indígenas deverá ser considerada uma prioridade para instituições públicas estaduais e federais para reduzir os índices de mortalidade que atingem no Brasil duas vezes mais que nas crianças não índias. A recomendação foi tirada ontem [9] no IV Fórum Nacional de Defesa da Saúde da Criança Indígena realizado em Cuiabá onde estiveram presentes profissionais de saúde, ongs ligadas ao indigenismo e representantes de etnias. A mortandade infantil indígena no Brasil é de 55,9 por mil nascidos vivos – quase o dobro dos números do conjunto da população apurados pelo Censo 2000 e divulgados pelo IBGE em 2002 , de 29,6 óbitos por mil nascidos vivos. Os dados sobre os indígtenas se referem a 2002 e são preliminares e foram fornecidos pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela Funasa e mostram uma pequena queda no índice , que em 2001 era de 57,2.
Foi através destes fóruns que surgiu o primeiro programa nacional de imunização para crianças indígenas visando passar dos 30% alcançados até 2000. Segundo informou a presidente da Sociedade Matogrossense de Pediatria –Somape, Alda Elizabeth Azevedo, a atenção à criança índia tem sido objeto de estudos e trabalhos da Somape junto aos profissionais de saúde que trabalham em distritos sanitários e municípios onde existe população indígena.
Para isto está sendo lançado um manual de atendimento para o profissional de saúde apresentando as principais patologias que atinge os pequenos indígenas , tais como desnutrição, tuberculose, pneumonia , diarréia e infecções de vias aéreas superiores [ouvido, nariz e garganta] . Várias ongs também trabalham com a saúde indígena. Uma delas é a Pastoral da Criança, ligado a Igreja Católica que trabalha dando atenção a 5 mil crianças indígenas no Brasil em 20 estados. Aqui em Mato Grosso a pastoral atua com os Parecis, Xavantes, Bakairi e Bororo. A coordenadora dos trabalhos no estado, Irmã Alda , disse no fórum que é preciso compreender os costumes indígenas e encontrar soluções para os problemas de saúde. “ Não podemos impor costumes dos brancos porque isso ajuda muito pouco. Temos é que dar assistência aos povos indígenas e com eles resolver os problemas”, disse.
A Universidade Federal de São Paulo que está desde 1968 trabalhando no Parque Nacional do Xingu foi uma das pioneiras a implantar os distritos sanitários especiais indígenas e com o Ministério da Saúde já implantou 34 deles no Brasil sendo que 5 existem em Mato Grosso. O diretor técnico do Distrito Sanitário do Parque Nacional do Xingu, Marcos Schaper disse que os distritos foram importantes para reduzir os índices de desnutrição e anemia que eram considerados altos no Parque do Xingu.
 

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