Agência Brasil – ABr – O futebol é uma paixão também entre os índios. A afirmação foi feita pelo organizador dos Jogos dos Povos Indígenas, Carlos Terena, que participou, ontem, da abertura do torneio de futebol masculino. Os jogos vão até sexta-feira (7), na Escolinha Nilton Santos, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e no Centro de Ensino Médio de Palmas.
As partidas são de 40 minutos, com dois tempos de 20 minutos e intervalo de cinco. Não existem campeões por WO (ausência do adversário) e os vencedores não são premiados com medalhas, mas sim com o reconhecimento do grupo. “A intenção é que um número maior de equipes participe e evite o desgaste”, afirmou o diretor da Escolinha Nilton Santos, Hamilton Gomes.
Até quarta-feira (5), serão disputadas 10 partidas, sempre de manhã. A partir de quinta-feira (6), as partidas passam a ser eliminatórias. Os Xavantes são os favoritos ao título – nas últimas três edições dos Jogos dos Povos Índigenas, eles ganharam o campeonato.
Segundo o coordenador dos árbitros, Luís Carlos Bernardino, o critério para a escolha dos profissionais foi a experiência e a sensibilidade pessoal para lidar com os índios. “Os índios são muito calmos. Quase não tem problemas de xingar o juíz, mas, se xingarem, não vamos entender, pois será na língua deles”, bricou Bernardino.
Nos Jogos Indígenas, o futebol é a modalidade que reúne mais etnias – das 31 comunidades participantes, 30 disputam o torneio de futebol. Para os organizadores do evento, esse esporte não é, entretanto, o foco das atividades. “Essa modalidade é uma tendência de copiar o branco, não faz parte de nossa história indígena. Os índios o praticam apenas por diversão”, afirmou Carlos Terena.
Por Angélica Cordova, da equipe da UCB