Um grupo de índios Fulni-ô, de Águas Belas pedem R$ 700 mil à Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) pelo uso do solo da área indígena por uma subestação da Companhia. Os Fulni-ô Flávio Cassemiro e Cláudio Gomes Inácio tiveram uma reunião, segunda-feira, 1º, na sede da Funai no Recife, com representantes da Celpe e ameaçaram pedir reintegração de posse dos lotes de terra ocupados pela subestação. Na última quinta-feira, 27, quatro municípios do Agreste pernambucano ficaram sem energia elétrica por quase cinco horas depois que alguns membros da comunidade Fulni-ô jogaram pedras e pedaços impedindo que técnicos da Celpe realizassem o serviço para normalizar o fornecimento.
A reunião entre índios e Celpe foi intermediada pelo Administrador Regional da Funai, Manoel Lopes, e um dos procuradores da fundação no Recife, Moacir Lira. Os índios disseram que o antigo contrato (de 1985) que permitia o uso das terras pela Celpe expirou há oito anos. Manoel Lopes disse que a Funai vai assistir os índios durante toda a negociação já que a Celpe anunciou que só voltaria a tratar do assunto na próxima semana. Os R$ 700 mil cobrados pelos Fulni-ô seriam pelo uso do solo nos próximos dez anos, quando haveria uma nova negociação. Uma nova reunião deve acontecer terça-feira, 09.
Pedro Borges, com informações da Funai