Expansão urbana ameaça o sauim-de-coleira em Manaus

Ibama – Os especialistas que trabalham pela conservação do sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) querem que as matas de galeria dos igarapés que cortam Manaus sejam mantidas para servirem de corredores ecológicos entre os fragmentos de mata remanescentes para o primata. Na opinião dos estudiosos, essas matas não podem ser destruídas para atender ao desenvolvimento urbano de Manaus. Até agora, já foram catalogados 71 remanescentes de mata nativa nos quais foram registrados grupos de sauins-de-coleira no perímetro urbano da cidade.

O plano de urbanização do município prevê a criação de vias marginais aos cursos d’água que podem representar mais ameaça aos sauins-de-coleira. O alerta é do grupo de trabalho criado pelo Ibama reunido na semana passada para discutir forma de proteger os primatas.

A espécie existe apenas nas imediações da capital do Amazonas, nos fragmentos de floresta que ainda não foram tomados pela expansão urbana. O crescimento da cidade sem levar em conta os sauins-de-coleira é a principal ameaça a esses animais. Na lista das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, o sauim é tido como criticamente em perigo devido à destruição do seu habitat natural.

O Saguinus bicolor pertence à família dos primatas neotropicais de tamanho pequeno. Sua população estende-se a leste Manaus até o município de Itacoatiara e a cerca de 40 quilômetros ao norte da capital amazonense. As informações disponíveis indicam que o primata se alimenta de insetos, frutos e gomas das árvores.

Devido a sua ocorrência restrita à zona urbana de Manaus, os especialistas sugeriram que o nome popular do saium-de-coleira seja alterado para sauim-manauara ou sauim-de-Manaus. A mudança, acreditam, ajudaria a população local a se identificar com a espécie, orgulhando-se do fato de o sauim existir somente naquele lugar do mundo.

Os estudiosos esperam que a transformação dessa espécie como bandeira de conservação também poderá torná-la mais conhecida pela população. A educação ambiental poderá envolver os moradores de Manaus nos projetos de conservação da espécie, acreditam os pesquisadores.

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