Ministério da Justiça – Foi publicada nesta sexta-feira (27), no Diário
Oficial da União o decreto do presidente da República que homologa a terra
indígena Munduruku, de Jacareakanga (PA). Na área, de 2,381 milhões de hectares,
vivem sete mil índios.
A homologação coroa o processo de preservação da cultura Munduruku, luta que
se arrasta desde a década de 1940, quando a 2ª Inspetoria Regional do Serviço de
Proteção do Índio requereu ao Governo do Estado do Pará uma reserva de terras a
estes índios. Na época, foram demarcados apenas cerca de 510 mil hectares.
Durante vários anos os índios reivindicaram a ampliação do seu território, já
que a área era insuficiente para a reprodução física e cultural do grupo. Em
1977, estudos respaldaram as requisições dos índios e a terra indígena foi
delimitada já com uma superfície próxima da atual. Mas foi apenas 21 anos
depois que o território foi declarado como posse permanente dos Munduruku. Os
limites da reserva atual foram demarcados em 2002.
História dos Munduruku
As primeiras referências aos Munduruku, povo do grupo Tupi, datam do século
XVIII, e registram a extensa área por eles habitada, entre os rios Madeira e
Tocantins. O povo ficou conhecido por sua tradição guerreira, fama constatada
pelos relatos dos comandantes das expedições organizadas para destruir os
aldeamentos da comunidade ao longo dos rios Madeira, Tapajós, Xingu, Pacajá,
Jacundá e Tocantins.
As informações sobre os Munduruku se tornam ainda mais numerosas durante o
século XIX, quando militares como o capitão Francisco Ribeiro, Antonio Ladislau
Monteiro Baena, coronel Cerqueira, além de viajantes e naturalistas que
percorreram a região, testemunham a presença do grupo.
A história dos Munduruku é marcada pela participação na Cabanagem, revolução
ocorrida na década de 1930, contra os cabanos do Tapajós e Madeira. Eles também
tiveram participação em inúmeros conflitos que se estenderam dos anos da
Independência até o movimento nativista de 1832 e a cabanagem.
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