Embrapa – Pesquisadores da Embrapa Algodão (Campina Grande – PB) estão envolvidos em um projeto para a produção de biodiesel a partir do óleo da mamona. O trabalho pode ser conferido na IV Exposição Ciência para a Vida, de 18 a 23 de maio, em Brasília (DF), na Sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A produção de biodiesel a partir do óleo da mamona é uma alternativa energética importante para um país como o Brasil, que busca soluções voltadas a reduzir a dependência externa de petróleo e a substituir o óleo diesel – o Brasil importa mais de 20% do óleo diesel que consome.
O biodiesel pode ser feito com qualquer óleo vegetal ou animal. Mas uma das vantagens do óleo da mamona é o seu custo baixo. Outra é o fato de não poluir o ambiente. A Petrobrás está interessada nesse tipo de tecnologia e já está com uma planta de produção (Usina) praticamente pronta em Esteio (RN), com capacidade para processar dez toneladas de baga de mamona por dia e até 3.650 toneladas/ano, o que corresponde a um plantio de aproximadamente 4 mil hectares. Uma segunda usina deverá ser implantada em Mossoró (RN), com capacidade para processar 200 mil toneladas de bagas de mamona por ano.
Principal produto da cultura da mamona, o óleo pode ser processado na indústria química nacional ou exportado e permite infinitas aplicações industriais, como lubrificante de turbinas, no processo de fabricação do náilon 6 e de resinas, tecidos, adesivos, cosméticos, fios, tubos plásticos e tintas utilizadas em pinturas de automóveis e em impressoras, e, ainda, em componentes utilizados nas telecomunicações e na biomedicina.
As exportações brasileiras de óleo de mamona dirigem-se principalmente para os Estados Unidos, Japão e Comunidade Européia. O Brasil é o terceiro maior exportador de óleo de mamona, participando com cerca de 12% do mercado mundial. Tem potencial para fornecer mais de 60% do biodiesel em substituição ao diesel hoje utilizado em todo o mundo.
Empregos – A cultura da mamona, uma das mais antigas plantas domesticadas pelo homem, é tradicional no Nordeste brasileiro, em especial no Estado da Bahia (principal produtor). A cultura possui um forte componente social, já que é cultivada principalmente por pequenos produtores. O biodiesel feito com óleo de mamona pode promover o emprego de milhões de pessoas na região Nordeste
Pesquisadores da Embrapa estão dando suporte técnico a diversos programas estaduais de incentivo à cultura da mamona em pelo menos cinco Estados nordestinos: Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Alagoas. A Empresa dispõe de um banco de germoplasma de mamona de grande variabilidade genética, com cerca de 300 acessos (diferentes variedades de mamoneiras).
As cultivares desenvolvidas pela pesquisa possuem boa produtividade e alto teor de óleo. Esses fatores contribuem para o aumento da renda dos produtores e melhor funcionamento da cadeia produtiva, elevando a quantidade de empregos nesse setor. A área plantada hoje no Brasil está em torno de 160 mil hectares. O valor da produção, estimado em aproximadamente R$130 milhões. A produtividade média nacional é de aproximadamente 800 kg/ha, mas com alguma tecnificação facilmente se alcançam 1.500 kg/ha.
A Exposição Ciência para a Vida é promovida de dois em dois anos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Embrapa e tem como principal objetivo mostrar ao público urbano que os resultados da pesquisa agropecuária melhoram a qualidade dos alimentos e a vida da população brasileira. A Exposição reúne as 40 Unidades da Embrapa e empresas parceiras, como universidades, instituições estaduais, órgãos de fomento à pesquisa, governamentais e não governamentais, organismos internacionais e empresas públicas e privadas do Brasil e do exterior. O evento é gratuito e aberto ao público de 10 às 22 horas, de 18 a 23 de maio. Os estandes estão montados em frente à sede da Embrapa, localizada no Parque Estação Biológica, no final da W3 Norte, ao lado da Ponte do Bragueto.
Dalmo Oliveira e Marita Féres Cardillo
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