Funai – Vinte mil kits didáticos e 500 cópias de um documentário, resultado do projeto Jogos Indígenas do Brasil serão distribuídos às escolas da rede de ensino público de todo País. O lançamento oficial do projeto – parceria do Governo, por meio dos ministérios da Educação, Cultura e Justiça (Funai), empresas Bosch e Origem Jogos e Objetos – ocorreu nesta terça-feira (4), no auditório do MEC. Estiveram presentes o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, os ministros Tarso Genro (Educação) e Gilberto Gil (Cultura), o diretor de Relações Corporativas da Bosch, Edson Grotolli e o diretor da Origem, Maurício Lima.
Para Mércio Gomes, a produção e a distribuição dos kits é fundamental para que os estudantes entendam a cultura indígena também pelo viés do lúdico. “Trata-se de uma iniciativa relevante, que é o resgate das brincadeiras das comunidades indígenas, como a peteca, por exemplo, que permanece viva geração após geração”, ressaltou. “É muito importante para a cultura brasileira que o sentimento de nacionalidade e dos costumes dos indígenas estejam sempre presentes”, reiterou.
“A parceria simboliza o diálogo civilizatório que se ancora na nossa história e na história dos nossos ancestrais”, ressaltou o ministro Tarso Genro. Já o ministro Gilberto Gil enfatizou que a dimensão lúdica na vida indígena é um instrumento didático para a formação dos brasileiros.
O projeto – O projeto Jogos Indígenas do Brasil percorreu oito aldeias de seis estados entre os meses de outubro de 2003 e janeiro de 2004. Nessa pesquisa de campo, coordenada por Maurício Lima, foram visitadas as seguintes aldeias: guarani (ilha do Cardoso/SP), Camaiurá, Bororo e Pareci (MT), Kanela (MA), Ticuna e Maioruna (AM) e Manchineri (AC), com permissão da Funai.
Os pesquisadores ficaram surpresos com a variedade de jogos, como quebra-cabeça, bilboquê, cama de gato, peteca, perna-de-pau, pião e outros. Entre os Kanela foi achado um quebra-cabeça considerado um clássico pelos estudiosos por ter registros apenas em lugares como a África e o Japão. Já os Ticunas, praticantes de campeonatos de bilboquê, também conhecem as bola de gude com regras complexas, além das brincadeiras da Banana e da Garrafa, ambos inéditos em todo o mundo.
Segundo Maurício Lima, com a realização dessa iniciativa foi possível mostrar que existem mecanismos férteis para o povo brasileiro mostrar sua nacionalidade. Os kits, com um livro, guia de professor e um jogo será entregues às turmas da 3ª a 6ª séries do ensino fundamental, deverão ser utilizados pelos estudantes em atividades interdisciplinares e na abordagem de temas como meio ambiente e pluralidade cultural.
No encerramento da solenidade índias Kanela, do Maranhão apresentaram danças típicas da aldeia.