Operação Kayapó vai destruir pistas clandestinas

Funai – O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, enviou ofícios para o General de Brigada Wellington Fonseca, sub-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; e para o diretor executivo do Departamento de Polícia Federal, delegado Zumar Pimentel dos Santos, pedindo que as duas instituições dêem prosseguimento à Operação Kayapó, com a destruição das duas pistas de pouso de aeronaves clandestina situadas próximo ao rio Ximxim, afluente do Xingu, onde guerreiros Kaiapó e funcionários da Funai identificaram, esta semana, a presença de garimpeiros que estavam operando na extração de ouro.

Ontem, um helicóptero das Forças Especiais da Amazônia, transportou de Manaus (AM) uma equipe de dez militares do Exército brasileiro, quatro delegados da Polícia Federal e dois funcionários da Funai até a região do garimpo com a missão de promover a retirada dos invasores antes da chegada de uma expedição de guerreiros e caciques Kaiapó que já haviam ameaçado expulsar os garimpeiros, por conta própria.

A operação da PF, Exército e Funai foi classificada por Mércio Gomes como “bem-sucedida”. Os garimpeiros já haviam se retirado do local, mas deixaram barracões armados, balanças de pesagem de ouro, máquinas e outros equipamentos. Caciques Kaiapó suspeitam que os invasores tenham escondido armas na selva com a intenção de retornarem ao lugar.

O administrador do posto da Funai em Colíder (MT), Megaron Txucarramãe, explicou que os garimpeiros sempre agiram assim: “ Eles saem, depois voltam”, afirmou. Em seguida, advertiu que os guerreiros de duas aldeias próximas ao garimpo – Kokraimoro e Kedjan – estão alertas, prontos para expulsarem os invasores, caso eles voltem ao lugar.

O chefe do posto da Funai na aldeia Kokraimoro, Enoque Sampaio, informou à Funai que os integrantes da Operação Kayapó se reuniram ontem com os índios, após o sobrevôo e o pouso no garimpo. Os líderes das aldeias prometeram que os guerreiros não agiriam sem antes comunicar à Funai a eventual presença de garimpeiros no lugar. A explosão das pistas deve acontecer ainda neste final de semana.

Conflitos – A demarcação da Terra Indígena Kayapó foi um processo de luta que culminou em diversos conflitos com garimpeiros e madeireiros, na década de 80. O Exército teve de intervir para selar a demarcação e expulsar cinco mil garimpeiros do lugar, com apoio da Polícia Federal e da Funai. Em 1994 um grupo de garimpeiros volta ao lugar e reacende o clima de tensão, com uma seqüência de confrontos que só teve fim com uma nova operação conjunta do Exército, Polícia Federal e Funai.

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