Agricultura orgânica é valorizada nas compras do governo

Agência Brasil – O Programa de Aquisição de Alimentos do governo federal vai pagar até 30% a mais que o valor de mercado pelos produtos orgânicos da agricultura familiar. A decisão já está em vigor e foi tomada pelo Comitê Gestor do programa com o objetivo de incentivar a agricultura ecológica no Brasil.

Devido à produção pequena e à procura cada vez maior, os alimentos que não utilizam agrotóxicos são valorizados no mercado. Por isso, o Comitê decidiu que seria justo ampliar, também, o valor pago pelos produtos orgânicos utilizados em programas sociais como o Fome Zero. A agricultura familiar é responsável por 70% da produção agroecológica no País, uma alternativa para o aumento da renda das famílias rurais.

O programa tem o apoio dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Desde agosto de 2003, quando foi criado, mais de R$ 200 milhões já foram investidos na compra de produtos da agricultura orgânica. E o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) tem uma linha de financiamento específica para esse setor, oferecendo 50% a mais de crédito aos agricultores que queiram investir na agroecologia.

Mercado

“Este é um setor de vital importância para a agricultura familiar porque, além de proporcionar uma perfeita integração com o meio ambiente, insere os produtores em um mercado que só faz crescer no mundo inteiro”, afirma Arnoldo de Campos, coordenador de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário. “Isto não é só para incentivar, mas para aumentar a produção”, completa Jean Pierre Medaets, assessor técnico do mesmo ministério.

Hoje o Brasil é o país com o segundo maior número de propriedades de plantio orgânico no mundo. De acordo com dados da Söl Ecologia e Agricultura, uma organização não-governamental com sede na Alemanha, existem 19 mil agricultores brasileiros produzindo orgânicos, sendo 70% deles familiares. A Itália tem o maior número de propriedades “ecológicas”.

O presidente do Sindicato dos Produtores Orgânicos do Distrito Federal, Joe Carlo Valle, justifica o preço mais alto dos produtos: “A mão-de-obra tem prioridade e isto é um benefício num país com grande número de desempregados: ocupamos mais pessoas e assim resolvemos um problema social, uma das bases da agricultura orgânica.”

Adriano Gaieski

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