Posseiros mantêm três barreiras nas BRs 158 e 080, impedindo o acesso à reserva indígena Maraiwatsede, no município de Alto Boa Vista, no Mato Grosso. Segundo Roberto Lustosa, vice-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o bispo D. Pedro Casaldáliga, de São Félix do Araguaia, fez um apelo dramático à Funai, pedindo mais funcionários da fundação para tranqüilizar os índios e deter a “ação arbitrária e ilegal dos posseiros”, que não aceitam a sentença do Supremo Tribunal Federal de reintegração de posse aos xavantes.
Os cinco funcionários da Funai que estão na reserva, juntamente com dez membros de organizações não-governamentais (ONGs), três funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e 480 xavantes, tentam convencer os índios a não pedirem ajuda via rádio aos de outras aldeias. Caso isso aconteça, Lustosa teme que a Funai perca o controle da situação. Segundo ele, a polícia federal está sendo solicitada para a região. “A situação está muito séria”, disse Lustosa.
Os posseiros prepararam duas barreiras na Br 158, uma impedindo a entrada e saída de pessoas na reserva, e outra impedindo o acesso ao município de Ribeirão Cascalheira. A outra barreira, na Br-080, impede o acesso ao município de São José do Xingu. Segundo o vice-presidente da Funai, ainda não houve confronto direto.
O bispo D. Pedro Casaldáliga disse que participantes do Segundo Festival das Águas do Araguaia, que começa hoje na cidade de Luciara, a cinco quilômetros de São Félix do Araguaia, estão barrados na estrada desde a tarde desta quarta-feira (18).