A equipe da Funai que deu suporte à reocupação de Marãiwatsede, na terça-feira (10), apreendeu ontem (11) um caminhão com 14 toras de madeira-de-lei retiradas do interior da Terra Indígena. O veículo foi interceptado no posto da Funai montado na área, quando tentava sair com a madeira. O motorista teve as madeiras e o seu caminhão apreendidos, foi autuado e responderá a inquérito na Policial Federal.
Hoje pela manhã, em operação conjunta, equipes da Funai, Ibama e Polícia Federal localizou e fechou duas madeireiras clandestinas no interior da Terra Indígena. Uma, de médio porte, foi autuada em R$25 mil. Os proprietários e empregados da outra madeireira, esta de grande porte, abandonaram o lugar antes da chegada da força-tarefa. Desde terça-feira já se sabia da existência de três madeireiras atuando irregularmente na área.
As denúncias sobre o corte ilegal de madeira foram feitas pelos próprios índios Xavante. As operações em busca de madeireiros que devastam a área continuarão por tempo indeterminado.
Vigilantes – Uma das preocupações dos Xavante quanto à demora da Justiça em permitir o seu retorno à Terra Indígena Marãiwatsede era justamente com a depredação da área por posseiros e outros não-índios que a ocupavam. Temiam, por exemplo, que fosse promovido o desmatamento desordenado, que prejudicaria, entre outras, suas atividades de caça. De acordo com Edson Beiriz, administrador da Funai de Goiânia (GO), que comandou o retorno dos índios à Marãiwatsede, eles estavam certos em suas preocupações.
O presidente-substituto da Funai, Roberto Lustosa, ao saber da notícia sobre os primeiros resultados da operação, afirmou que os índios “são os melhores guardiões de suas terras”. Segundo ele, “as áreas onde há terras indígenas são melhor fiscalizadas, porque os índios são preservacionistas e os primeiros a denunciar a ocorrência de retirada clandestina de madeiras ou outras riquezas naturais”.