São Paulo – "O século 21 tem que ser o século do Brasil", afirmou na noite de segunda-feira (8) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao discursar na cerimônia de posse da nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O presidente defendeu a implantação do Programa de Biodiesel como um instrumento para promover a inclusão social.
"Este programa tem na minha cabeça o mesmo modelo de desenvolvimento do presidente (norte-americano) Roosevelt no vale do Tennessee. Este programa será experimental e, sobretudo, prioritário para as partes das regiões brasileiras que não tiveram nesses cinco séculos possibilidades de se desenvolver, sobretudo o semi-árido nordestino, o Vale do Jequitinhonha. A gente vai começar nessa região com o biodiesel da mamona. Em outra região com o biodiesel do dendê e, quem sabe, quando a gente tiver o mercado todo consumindo biodiesel, a gente inclua a soja para que a gente possa ser o maior produtor de biodiesel no mundo e possa limpar o planeta Terra", afirmou.
A elaboração do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel envolve, desde o ano passado, representantes de vários ministérios (Minas e Energia, Desenvolvimento Agrário, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e outros) e associações empresariais (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea, Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais – Abiove). Este mês está previsto o início efetivo do programa com a adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel consumido no país.
Em junho deste ano, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, informou que a adição de 2% de biodiesel – o chamado B2 – representaria uma economia de 800 milhões de litros na frota brasileira. Além disso, o biodiesel emite 78% menos gás carbônico na atmosfera terreste.
Para o presidente Lula, o programa deve ter como prioridade incentivar o desenvolvimento das regiões mais carentes do país. "Eu dizia outro dia na reunião dos ministros: vai ser o êxodo rural ao contrário. Se na década de 50 os nordestinos vinham para cá à procura de emprego e se acontecer com o biodiesel aquilo que eu estou pensando, nós vamos ter muitos dos nossos irmãos nordestinos retornando para a sua terra natal não como mendigo, mas como cidadão porque vai ter oportunidade de emprego para trabalhar e se desenvolver. Quem sabe aquela região pobre deste nosso querido país possa ser uma região rica neste século".