O presidente da Subcomissão Permanente do Meio Ambiente, senador Juvêncio da Fonseca (PDT-MS), lamentou que o governo brasileiro tenha se recusado a participar do encontro internacional, a ser realizado no próximo ano em Aichi, no Japão, que debaterá a questão ambiental e a sociedade urbana industrial. Para ele, o Brasil perderá uma grande oportunidade de expor ao mundo que realiza um esforço para se desenvolver de forma sustentável, "onde a questão do meio ambiente é levada a sério".
Juvêncio da Fonseca estranhou a não participação do Brasil no encontro que irá reunir cerca de 137 países. E estranhou a argumentação de autoridades brasileiras de que o governo "não teve tempo suficiente" para preparar a participação brasileira no encontro do Japão e que os custos seriam incompatíveis com a realidade econômico-financeira do país.
As afirmações de Juvêncio da Fonseca foram feitas durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (17) pela subcomissão, que reuniu representantes do Ministério do Meio Ambiente, como Fernando Lírio, diretor da Assessoria Internacional da pasta, e Silvio Botelho, chefe de gabinete; e o chefe da Divisão de Feiras e Turismo do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antônio José Maria de Souza e Silva. Para o embaixador, a participação brasileira no encontro custaria em torno de R$ 100 milhões, o que considerou um valor elevado para um país, como o Brasil, onde os recursos são escassos.
Juvêncio da Fonseca concordou, mas salientou que o governo brasileiro poderia participar do encontro tendo em mãos um projeto mais barato, pois o público estimado que irá ao encontro e que percorrerá os stands da feira, ao longo de seis meses, é de 16 milhões de pessoas. Já o senador Flávio Arns (PT-PR) argumentou ser relevante levar a imagem do Brasil para o exterior, desde que os custos sejam compatíveis com a realidade nacional.