Manaus – O governador de Rondônia, Ivo Cassol, afirma que é "mentira grossa" a informação apresentada na sexta-feira (dia 15) pelo superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Amazonas, João Pedro Gonçalves da Costa, de que uma usina hidrelétrica estaria sendo construída sem autorização no rio Ituxi, no sul de Lábrea (AM). A área pertence a Carlos Henrique Alves, assessor político do governador. Ainda na sexta-feira, Alves afirmou que o Grupo Cassol estaria apenas realizando estudos para um inventário hidrelétrico da área. O grupo pertence à família de Ivo Cassol. "Estou falando como empresário, não como governador", ressaltou.
Segundo Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para realizar levantamentos de campo sobre o potencial hidrelétrico de bacias hidrográficas é preciso fazer um registro prévio, o que não foi cumprido pelo Grupo Cassol. A Aneel informou ainda que em 2003 aprovou um estudo realizado pela Concremat Engenharia e Tecnologia, com sede no Rio de Janeiro, feito sob sua encomenda, que mensurou em 95,7 megawatts de energia elétrica o potencial de geração das duas cachoeiras do rio Ituxi. "O inventário anterior superdimensionou o potencial hidrelétrico da bacia porque foi feito na época das cheias. Nossos estudos preliminares mostram que ele não chega a 25 megawatts", afirmou o governador.
Ele disse ainda que o grupo não cumpriu a determinação de registrar o levantamento de campo na Aneel, porque ainda está em fase de "estudos preliminares". "Estamos medindo a vazão da água, verificando a topografia. Talvez nem compense entrar com um processo na Aneel, para fazer o estudo", justificou. Segundo ele, a usina hidrelétrica do rio Ituxi abasteceria principalmente o Acre, estado vizinho à fronteira entre o Amazonas e Rondônia.
O Grupo Cassol está construindo a sexta usina hidrelétrica de pequeno porte em Rondônia, em Espigão d´Oeste. Ela deverá ser concluída no final de 2006 e vai gerar 18 megawatts de energia elétrica.