Em entrevista à Rádio Nacional AM, o diretor de Licenciamento e Qualidade Ambiental do Ibama, Luiz Felipe Kunz Junior, explicou como funciona o trabalho do órgão na avaliação do impacto ambiental e social da construção de hidrelétricas.
"A região em que for implantada uma hidrelétrica não voltará a ser mais a mesma. As conseqüências que isso têm para os animais, plantas, e, a raça humana tem quem passar por um estudo de impacto ambiental", disse.
Segundo Luiz Felipe, a própria criação do Movimento de Atingidos por Barragens fez com que Ibama aumentasse a preocupação com a qualidade do atendimento das comunidades atingidas. "Nós tivemos casos de populações que praticamente foram expulsas de suas terras pela implementação de barragens".
Luiz Felipe informou, que o Ibama está qualificando o processo de licenciamento e de interlocução com a sociedade. "Os órgãos ambientais muitas vezes tem dificuldade de estar junto às comunidades. Com isso acabam discutindo pouco com e sabendo pouco das necessidades que elas necessitam".
Vários processos de hidrelétricas já foram devolvidos por não haver possibilidade de conclusão dos trabalhos. O Ibama negou a execução de barragens em vários estados por constatar problemas de impacto ambiental. "Estamos tentando fazer com que o desenvolvimento econômico do país ocorra sem um impacto ambiental e social muito grande".