O ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Paulo Vannuchi, classificou como “estarrecedor” o caso da adolescente Jaiya Xavante, morta no dia 25 de junho, após ter o órgão sexual perfurado. Segundo a polícia, o crime aconteceu dentro da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do Distrito Federal, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
“Uma menina de 16 anos, índia, muda, paralítica, empalada dentro de uma unidade oficial do Estado brasileiro? É um daqueles momentos em que a gente pensa o que acontece com o ser humano”, avaliou o ministro, durante reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) no Ministério da Justiça.
Ele lembrou que a SEDH vem promovendo reuniões com a Funasa e também com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo ele, em uma das reuniões já realizadas, ficou constatado que a suspeita apontada por uma fonte da Funasa de que seria a tia de Jaiya a autora do crime “possui conteúdo de especulação”.
Vannuchi acredita que a família da adolescente precisa ser indenizada porque foi morta dentro de uma unidade oficial do Estado brasileiro. Segundo ele, era preciso que a Casai possuísse um sistema de acompanhamento, que fosse capaz de impedir o assassinato da menina, “e ainda com os requintes de crueldade de um empalamento, uma coisa violentíssima”.
“No que esse caso é menos grave que o da Isabella Nardoni? O caso é pelo menos tão grave quanto aquele, envolve também uma criança, deficiente, com a vulnerabilidade anterior de ser indígena”, disse o ministro Vannuchi.