Agência Brasil – São 25 mil quilômetros da Floresta Amazônica derrubados a cada ano. Pelo menos um quinto dela já foi destruído. Durante a abertura da 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em Cuiabá (MT), até a próxima sexta (23), Ennio Candotti, presidente da SBPC, mostrou a sua preocupação com o desenvolvimento da ciência alinhado com a preservação ambiental, sobretudo com o fim do desmatamento.
A derrubada da floresta para a expansão do plantio da soja e da criação de gado contribuem para isso, segundo ele. “Pesquisadores da Embrapa sugerem a utilização de áreas degradadas, convenientemente tratadas, para plantio e para criação de gado. Segundo estudos, é possível dobrar a produção de grãos e bois sem derrubar uma árvore. É claro que a criação de gado pode ser feita em pastos menores, utilizando alimentos que a tecnologia moderna sabe produzir”, disse.
Segundo Candotti, a floresta Amazônica é o grande laboratório científico da região. Ele advertiu ser necessário combater o desmatamento, descobrindo “os seus mandantes”, e não renovando créditos agrícolas. Além disso, criticou que outros países investem mais do que o Brasil na região e que falta uma política de entendimento. “Falta um projeto político. Temos mil cientistas na região da floresta. O ideal seriam dez mil”, disse.
Para ele, o Brasil não pode negar dinheiro para a ciência. “Um país que paga R$ 150 milhões de dívida não pode negar R$ 2 ou R$ 3 bilhões para o desenvolvimento da sua educação e mais R$ 2 ou R$ 3 bilhões para o desenvolvimento da ciência, que são as sementes que garantem o seu crescimento futuro e o pagamento das dívidas a longo prazo”, afirmou.
Keite Camacho