A área das nascentes que a Expedição Américo Vespúcio visitou em São Roque de Minas ainda é razoavelmente preservada. Dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, o Parcanastra, o São Francisco nasce em meio a uma área de visitação fiscalizada pelo Ibama, e os únicos perigos que enfrenta são o lixo e o descuido de turistas.
A serra e suas formações rochosas abraçam o imenso alagadiço de onde saem as águas, que formam um pequeno córrego de águas ainda cristalinas. No centro, um altar ao santo que emprestou seu nome ao Velho Chico demarca as trilhas de visitação.
Para fugir do abraço da serra, o São Francisco se derrama em uma pequena cascata, a menos de 5km da nascente. Dali até a Casca D’anta, maior cachoeira da região, com mais de 180 metros, são 28km de rio, percurso todo preservado pelo parque e pelos donos das terras que o margeiam.
Entretanto, nos próximos 100km a história é bem diferente. Podem ser vistos trechos intermináveis de matas ciliares devastadas, barrancos desmoronados, trechos assoreados, lagoas naturais drenadas para a pecuária, esgoto não tratado despejado no rio.
Mesmo assim, ao chegar em Iguatama, já um rio caudaloso, o São Francisco resiste aos maus-tratos e continua sua jornada.