“O necessário, importante, justo é que essa integração de culturas e de povos seja uma decorrência do progresso. Referimo-nos ao progresso, não ao comumente entendido, mas ao progresso da consciência política e social do mundo em seu todo”.
Cláudio Villas Boas
A idéia dos jogos indígenas surgiu quando um projeto para a realização de um grande encontro indígena de intercâmbio desportivo e cultural tradicional foi entregue ao Ministério Extraordinário do Esporte e Turismo, pelos irmãos Carlos e Marcos Terena. A proposta foi concretizada nos dias 16 a 20 de outubro de 1996, na cidade de Goiânia, através do I Jogos dos Povos Indígenas, do qual participaram 25 etnias e mais de 400 atletas. Desde de então, os jogos vêm se afirmando como uma arena do intercâmbio que retrata a diversidade étnica do Brasil.
Os Jogos dos Povos Indígenas, hoje, é o maior encontro de esportes e culturas das tradições indígenas, que graças aos esforços e atitude desses povos, essa grande manifestação vem sendo retratada.
Além da beleza plástica de cada etnia e da saúde corporal, os jogos Indígenas a cada ano se transformando num cenário lúdico, holístico e desportivo, que celebra o encontro de povos íntegros, que podem transmitir ao mundo moderno uma mensagem de paz.
Esse intercâmbio esportivo-cultural revela ao público o universo diversificado, que traduz a harmonia e o equilíbrio das sociedades tribais, permitindo que eles próprios conheçam a diversidade cultural que eles representam. É a ocasião propícia para conhecer outros rituais, danças, cantos, pinturas corporais, o artesanato e gestos esportivos, para construir novos valores de relações humanas, exemplificando o dom da partilha ao comemorar uns com os outros e celebrar o verdadeiro sentido de festejar.
A presença das mulheres e seus filhos, dos jovens e dos anciões, da natureza em seus diversos biomas, nos permitem observar o momento da competição, da celebração e podendo chegar a uma reflexão de que “um mundo melhor é possível”.