Funai – A busca de oportunidades para os índios, especialmente as que propiciem o seu ingresso em universidades, tem sido um dos esforços da Coordenação-Geral de Educação da Funai (CGE). E seus esforços têm sido coroados de êxitos. Vários foram os convênios firmados com universidades, com finalidades diversas, entre elas a concessão de bolsas de estudos para estudantes indígenas, vestibular diferenciado e vagas específicas para índios. Ontem, 17, por exemplo, a Coordenadora-Geral da CGE, Maria Helena Fialho, recebeu o Reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Junior, que veio a Brasília especialmente para propor uma parceria com a Funai, objetivando a inclusão de indígenas de outros estados na Universidade Federal do Estado.
O Reitor informou que a UFPR já disponibiliza 20% de vagas para candidatos oriundos de escolas públicas e outro tanto para afro-descendentes, em processo normal de seleção. Quanto aos índios, esses participarão de processo de seleção específico. Os candidatos indígenas, para se habilitarem, deverão ter concluído o ensino médio, serem recomendados pelo chefe (cacique) da aldeia e pelo chefe do posto local da Funai e, ainda, apresentar documento da Funai, que recomende sua inclusão no programa, no caso de estudantes residentes em áreas urbanas. A novidade, no entanto, é que as vagas não serão exclusivamente para cursos de graduação; os índios poderão disputar, também, vagas para cursos técnicos de nível pós-médio, para atendimento de demandas de capacitação de suas respectivas comunidades, apontadas por intermédio da Funai.
Os índios habilitados, do Estado do Paraná, ou de outras unidades da Federação, terão apoio acadêmico psico-pedagógico implementado pela UFPR, em conjunto com a Funai, que constituirá comissão especificamente para esse fim. O programa de acompanhamento dos estudantes indígenas prevê, entre outros pontos, a designação de um professor orientador para cada estudante, desde o ingresso na UFPR até a conclusão do curso. Até mesmo a flexibilização das normas institucionais poderá ocorrer, principalmente as relativas ao trancamento de matrículas, mudanças de turno, reopção de curso etc.
“O número de vagas oferecidas aos índios deverá aumentar gradativamente, começando com 5 (cinco) vagas para os anos 2005 e 2006, passando para 7 (sete) vagas nos anos 2007 e 2008, até atingir 10 (dez) vagas nos anos 2009 e subseqüentes. A UFPR oferecerá aos estudantes índios uma Bolsa de Permanência, no valor de R$150 reais mensais, assistência médico-odontológica, almoço e jantar. A universidade custeará até mesmo o deslocamento dos estudantes que farão o vestibular” informou o Reitor.