Brasília – Os representantes indígenas que criticam a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, não devem ser chamados para discutir o projeto com o governo federal. "Quem trabalha com essas comunidades sabe que escutar o índio não é chamá-lo para uma reunião", diz Márcio Zimmermann, secretário de Pesquisa e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, em entrevista à Agência Brasil. Ontem (1°) o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a construção da usina.
"Vamos fazer um estudo prévio sem que haja uma manipulação política e faremos isso quando conseqüências forem surgindo", afirmou. Segundo ele, será feito um "estudo antropológico" para saber que impactos a usina de Belo Monte terá na vida das comunidades. Algumas lideranças indígenas afirmam que o projeto vai atingir o Parque Nacional do Xingu – reserva indígena localizada no Pará.
O secretário de Desenvolvimento Energético diz que o estudo antropológico será feito após o estudo ambiental da área. Zimmermann afirma que, até o momento, a usina não foi implementada, e portanto, impactos não foram gerados.
Segundo ele, a construção da usina é importante para as regiões Norte e Nordeste do país. "O Brasil é um país com características de país em desenvolvimento e tem crescido de forma que a demanda de energia seja bastante forte", conta.
De acordo com o ministério, o projeto para a implantação de Belo Monte vem sendo estudado há anos, sendo que sua última versão, compatibiliza aspectos ambientais de modo a reduzir a área alagada e não incluir populações indígenas.