MEC e SEE realizam curso de formação para professores indígenas

AGECOM – Secretaria de Estado da Educação (SEE), em parceria com a Coordenação-Geral de Apoio à Educação Escolar Indígena (CGAEI) do Ministério da Educação e Cultura (MEC) realizará, do dia 19, segunda-feira ao dia 23, sexta-feira, o Encontro da Fase 1 do Programa Parâmetros em Ação-Educação Escolar Indígena, no Augustus Hotel, em Goiânia. O encontro tem por finalidade discutir a metodologia de formação proposta para o trabalho dos professores que desenvolvem métodos pedagógicos e didáticos de educação nas comunidades indígenas do Estado. A equipe do CGAEI assessorá os coordenadores e formadores locais no planejamento da implementação da Fase 2 do programa.

Com esse projeto, o MEC quer capacitar cerca de 570 professores e 124 coordenadores de cursos até o próximo dia 27. Além de Goiás, estão sendo realizados cursos nos Estados do Amapá, Roraima, Espírito Santo, Paraná, Sergipe, Bahia, Paraíba e Mato Grosso. Segundo o Censo Escolar Indígena de 1999, atualmente, existem no Brasil cerca de 4 mil professores atuando em quase 2 mil escolas indígenas. O coordenador de Educação Escolar Indígena do MEC, Jean Paraíso, disse que uma das estratégias para acelerar a formação dos professores será o fornecimento de kits compostos por cadernos, mapas, vídeos e estudos sobre a popula~ções indígenas, que devem ser entregues durante o curso. “Até o final deste ano, todas as secretarias estaduais de Educação devem formular programas de formação inicial de professores indígenas”, concluiu. Ele deverá fazer a abertura oficial do encontro em Goiânia, no dia 19.

No Estado de Goiás, a SEE desenvolve o trabalho com dois grupos indígenas: Tapuia e Karajá. As crianças da comunidade Tapuia, no município de Rubiataba, são atendidas pela Escola Municipal Tapuias. Na escola, atuam uma professora indígena e outra não indígena. Em Aruanã encontra-se a aldeia Buridina, da comunidade Karajá. Lá está localizada a Escola Indígena Mamedi, centro de revitalização cultural. As crianças e adolescentes desse grupo cursam o ensino regular na Escola Estadual Dom Cândido Penso. Na Escola Mamedi, participam de atividades ligadas à produção cultural: aprendizagem e fabricação de artesanato, uso da língua Karajá e preservação da cultura grupal. Nessa unidade, atuam dois professores indígenas. O trabalho da SEE tem consistido no fornecimento de materiais didático-pedagógicos para as escolas, publicação de cartilhas específicas, programação de encontro entre professores, entre outros.

A promulgação da Constituição Federal Brasileira de 1988 foi um marco na redefinição das relações entre o Estado brasileiro e as sociedades indígenas. A Constituição assegurou às comunidades indígenas o uso de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, devendo o Estado proteger as manifestações culturais dos índios. Desta forma, fica garantido às comunidades indígenas, o acesso a uma escola com características específicas, que busque a valorização do conhecimento tradicional vigente em seu meio, ao mesmo tempo que lhes forneça instrumentos necessários para enfrentar o contato com outras sociedades.

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