Cidadãos latino-americanos, europeus e africanos passaram os últimos três dias discutindo os novos rumos do movimento que luta pelo direito ao acesso público a água.
Esse é um dos movimentos que ganhou mais força nos últimos fóruns sociais mundiais, principalmente depois de Porto Alegre, diz Luiz Fernando Novoa Garzon, da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip).
O principal resultado da discussão deste ano, segundo ele, foi a definição de um encontro mundial sobre a água. A reunião deve ocorrer em Bruxelas, capital da Bélgica, onde está sediado o Parlamento Europeu, que vai apoiar financeiramente o evento.
O objetivo do encontro será apresentar soluções práticas já em funcionamento sobre gestão pública da água. O Brasil tem alguns exemplos que são sempre citados em encontros internacionais, diz Garzon. Um é o conselho de cidadãos para fiscalizar o sistema de esgoto de Porto Alegre e em Recife".
Em Bruxelas, os movimentos sociais querem promover Parcerias Público-Públicos entre prefeituras ou governos regionais da Europa e governos da América Latina, África e Ásia. Uma prefeitura da França pode fazer um convênio com uma prefeitura qualquer da Bolívia, por exemplo, para transferência de tecnologia na área, explica Garzon.
Ele acrescenta que o resultado dos debates sobre água são fruto de uma discussão que se tornou mais forte em 2005, em Porto Alegre, quando todas as atividades sobre o tema foram reunidas em um só espaco. "Depois, em 2006, em Caracas [Venezuela] tivemos avanços em fechar campanhas conjuntas contra a privatização da água. Agora, o passo a mais que queremos dar é o de apresentar soluções".