Dr. Antônio Ermírio e Meio Ambiente
No último domingo, dia 25 de Agosto, o Dr. Antônio Ermírio de Moraes publicou artigo na Folha de São Paulo onde, reconhecendo a necessidade de um mundo mais limpo, defende, porém, a tese de que há muitos que procuram impedir o desenvolvimento nacional em nome da ecologia.
Na região onde vivo,nas imediações de Sobradinho, em Brasília, a Cia Cimento Tocantins, de propriedade do Dr. Antônio Ermírio, explora cascalho e terra vermelha, materiais prosaicos, encontrados em quase todo o Brasil Central. A Cimento Tocantins, após acabar com um morro na área, resolveu “recuperá-lo”, cedendo-a para depósito de dejetos (incluindo milhares de baterias de celular e restos de tinta) sobre o lençol freático aflorado. Foi criado, desta forma, grave risco de poluição do lençol freático que abastece, por meio de poços artesianos, milhares de moradores de condomínios da região. Cerca de 400 metros da abaixo da área situa-se a escola rural Morro do Sansão, cujas crianças bebem água da mesma origem.
Após a área ter sido embargada pela Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do DF, continua a Cimento Tocantins a explorar um trecho mínimo do que resta da “jazida”, hoje, quase em área urbana, cavando diretamente dentro d`água.
Como o próprio Código Penal, em seu art. 271, prevê, como crime, a “poluição de água potável”, peço ao Dr. Antônio Ermírio que suspenda a exploração da área, em nome, dos ideais de respeito à pessoa humana que, tenho certeza, também para ele, se sobrepõe ao interesse do lucro.
Caso contrário, o discurso do “desenvolvimento nacional”, será, como tem sido feito em diferentes ocasiões, usado para envenenar e matar seres humanos e destruir a natureza.
George de Cerqueira Leite Zarur, Ph. D
Economista e Antropólogo