Presidente cria três novas áreas de proteção ambiental

Agência Brasil – ABr – O Brasil já possui 6% de seu território protegido por lei contra a degradação ambiental. O índice foi alcançado graças à criação de três novas áreas de proteção no norte do país. No total, são cerca de dois milhões de hectares distribuídos pela Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema (AC), pela Floresta Nacional Jatuarana (AM) e pela ampliação da reserva biológica de Uatumã (AM).

As novas áreas foram criadas por decretos assinados hoje pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como parte das comemorações da Semana da Árvore. Para o presidente, o fato do Brasil ter mais de 50 milhões de hectares protegidos contra a destruição ambiental comprova a mudança na postura do país em relação ao meio ambiente. “Apenas reafirmou nosso empenho em fazer com que o Brasil fique marcado na história contemporânea como um dos países que lideram na proteção ambiental”, disse.

Tal mudança ficou mais visível na reunião de Cúpula de Johannesburgo, na África do Sul, realizada no início deste mês. Ao contrário de 1992, quando o Brasil sediou a Eco-92, no Rio de Janeiro, o país foi reconhecido como uma liderança mundial na defesa do meio ambiente. “Na Rio-92 estávamos tímidos e envergonhados porque éramos chamados de desmatadores e incendiários. Agora as delegações pediam ao Brasil para apoiar este ou aquele projeto. Foram dez anos e neste período o Brasil mudou”, afirmou.

O presidente reafirmou a postura defendida em Johannesburgo de que o financiamento dos projetos de proteção ambiental deve ser feito pelos os países desenvolvidos, já que eles foram os responsáveis pela maior parte da destruição do planeta. Neste sentido, Fernando Henrique acrescentou que o dinheiro para manter as florestas remanescentes intactas deve ir para os países em desenvolvimento onde estão as áreas não devastadas.

Na avaliação do presidente, o Brasil, em especial, está fazendo sua parte ao desenvolver políticas de proteção que não “renegam o desenvolvimento”. Fernando Henrique frisou que, nos últimos dez anos, o país tem procurado um desenvolvimento não predatório da natureza.

Fernando Henrique voltou a usar o exemplo do ex-presidente da antiga União Soviética, Mikhail Gorbatchev, que durante os anos de acirramento da Guerra Fria conseguiu vislumbrar a necessicade de frear o conflito atômico e voltar suas ações para a proteção do meio ambiente. “Ele foi um líder de um país que estava quase em guerra e teve a capacidade, a sensibilidade de perceber que a questão do meio ambiente transcendia as fronteiras nacionais e implicava numa dimensão de cooperação e de paz. Cito mais uma vez esse fato porque me parece importante ainda mais neste momento em que os líderes do mundo estão mais preocupados com a guerra do que com a paz. Que nós todos nos recordemos que nada será duradouro se não houver este espírito de solidariedade”, encerrou.

Marcos Chagas e
Raquel Ribeiro
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FF

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