Agência Brasil – ABr – Os índios Tupinambá de Olivença estão relembrando neste domingo, desde as 8h, na praça Cláudio Magalhães, no distrito de Olivença, em Ilhéus/BA, os mais de 70 anos da história de resistência, com a realização da 2ª Peregrinação em Memória dos Mártires do Massacre no Rio Cururupe, quando eram liderados pelo caboclo Marcelino, principal homenageado.
A peregrinação deverá reunir cerca de 600 Tupinambá de Olivença. O Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (Cito) também convidou os Pataxó Hã-Há-Hãe, que habitam a Terra Indígena Caramuru Paraguaçu e os Pataxó de Coroa Vermelha, no extremo sul da Bahia. Homens, mulheres – idosos, adultos, jovens e crianças – estão vestidos com as saias de taboa, confeccionada por um capim do brejo, atual vestimenta típica dos índios da região.
Em maio deste ano, os Tupinambá de Olivença tiveram uma grande conquista, quando a Funai reconheceu sua identidade indígena. A próxima etapa será o início dos estudos de identificação e delimitação das terras ocupadas pelos índios. Desde a década 30, esses índios lutam pelos seus direitos, apesar das perseguições dos coronéis do cacau e do governo de Getúlio Vargas. “O apoio da Funai, principalmente do atual presidente, que na ocasião era o diretor de Assuntos Fundiários foram muito importantes para o reconhecimento e agora, para a identificação das terras”, afirmou a cacique Valdelice, que está em Brasília para apressar o envio do grupo técnico à região.
Hoje, a cacique Valdelice já cadastrou 2.500 índios, que habitam 22 comunidades espalhadas pela região do município de Ilhéus. “Devido ao difícil acesso, muitas comunidades ainda não foram visitadas e calculamos haver mais índios. Queremos mostrar que hoje não precisamos mais ter vergonha de ser índios como antigamente e tentar reunir o maior número de Tupinambá de Olivença para lutarmos pela identificação e demarcação de nossas terras”, disse a cacique. Valdelice considera que agora, com o apoio da Funai, de organizações indígenas e até de fazendeiros dispostos a devolverem parte das terras aos índios com e sem indenização, os Tupinambá de Olivença poderão ter os seus direitos conquistados e uma cidadania digna.
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