Agência Brasil – ABr – O Brasil tem uma das maiores diversidades de fauna do mundo. Ocupa o primeiro lugar em número de espécies, com cerca de três mil variedades de vertebrados terrestres e três mil de peixes de água doce. O país tem ainda 483 espécies de mamíferos continentais e 41 marinhas. Ocupa a terceira posição em relação às aves, com cerca de 1677 espécies. Em relação aos répteis, são 468 espécies. Quanto aos anfíbios, o território brasileiro abriga nada menos do que 517 espécies diferentes.
Essa é uma parte do que é apresentado pelo Ibama no livro “Animais silvestres – vidas à venda”, organizada pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) e lançado esta semana em Brasília.
Longe de serem estáticos, esses números aumentam a cada dia, pois novas espécies aparecem à medida que os pesquisadores se aprofundam em regiões ainda intocadas, principalmente na Amazônia. Poderíamos continuar tranquilos e comemorar tamanha riqueza não fosse o saque diário que a fauna silvestre do país sofre em praticamente todas as regiões.
A retirada e o comércio ilegais de animais selvagens das florestas, rios e mar é capaz de chocar pelo volume traficado e pela crueldade com que são tratados os animais. De acordo com a Renctas, são cerca de 38 milhões de animais retirados da natureza todos os anos no Brasil para movimentar um comércio ilícito milionário. Em escala mundial, estima-se que o tráfico de animais silvestres movimenta entre 10 e US$ 20 bilhões. O Brasil participa com cerca de 5 a 15% desse crime, com números que podem chegar a 4 milhões de animais traficados.
Depois da perda de habitat, o tráfico de animais é o maior responsável pelo desaparecimento de espécies da natureza. Estima-se que de cada dez animais traficados, apenas um sobrevive devido ao estresse emocional e às condições de maus tratos sofridas pelos bichos durante a captura e o transporte.