Ibama – O Ibama inicia a implantação do primeiro Corredor Ecológico para proteger o meio ambiente costeiro do Pará, garantir o desenvolvimento ecológico da região, e oferecer às comunidades locais alternativas para a exploração correta dos recursos naturais, com uma certeza: a necessidade de ampliar o número e a área de unidades de conservação em ecossistemas estuarinos. Com a criação do Corredor de Gestão Biorregional da Zona Costeira Paraense o Ibama pretende impedir a crescente degradação ambiental em uma área estimada em quinhentos quilômetros quadrados – da ilha do Marajó/PA ao rio Gurupi/divisa com o estado do Maranhão, decorrente da antropização da região nas duas últimas décadas.
Para discutir a implantação do projeto o Ibama se reune de 12 a 14 próximos no Hotel Paraíso, na Ilha do Mosqueiro/PA, com seus parceiros federais, estaduais e municipais, ongs, sindicatos, cooperativas e conselhos regionais que representam direta ou indiretamente as comunidades locais envolvidas com o projeto de Gestão Biorregional da Zona Costeira Paraense.
O Corredor Ecológico abrangerá vinte e sete municípios e será dividido em três áreas-núcleo: Costa Atlântica, Continental Estuarino e, Insular Estuarino, informaram os responsáveis pelo projeto: os geólogos Zanoni Carmo Ferreira, coordenador de Conservação de Ecossistemas do Ibama/sede, e Iloé Listo de Azevedo – CNPT/PA.
Eles esperam que a integração dos vinte e sete municípios que compõem a área do Corredor Ecológico crie infra-estutura suficiente para a implantação de atividades econômicas alternativas que desenvolvam a região e viabilizem a participação popular e a geração de emprego e de renda, como o incremento do ecoturismo e da produção cultural. E aguardam três resultados do WorkShop: análise e contribuições dos potenciais parceiros; formação de um grupo de trabalho e de comitês para a implantação do corredor ecológico; e, definição de sua área de abrangência.
O projeto de Gestão Biorregional interligará as cinco áreas de Proteção Ambiental da costa paraense: APAs do Marajó, Algodoal Maiandeua, Ilha de Canela, Urumajó e, Jabatitiua Jatium, à Reserva Extrativista Marinha de Soure e a outras oito RESEX em fase de criação. A intenção é formar um extenso corredor para preservar as áreas ainda não antropizadas e recuperar as já alteradas por atividades agrícolas, pastoris, extrativistas e imobiliárias que há vinte anos vem degradando e modificando os ecossistemas da zona costeira do Pará com aterros de mangues e corte indiscriminado da Floresta Amazônica.
Um dos principais objetivos do projeto é planejar o desenvolvimento sustentável da região como forma de garantir a melhoria da qualidade de vida das comunidades e, ao mesmo tempo, a conservação adequada do meio ambiente. Para isto será necessário conhecer melhor o funcionamento dos ambientes costeiros, possível segundo Zanoni e Iloé “estabelecendo-se uma relação harmônica entre as atividades do homem e os processos naturais destes ecossistemas”.
As expectativa do Ibama com a implantação do Corredor Ecológico: formar um banco de dados sobre a produção científica da zona costeira paraense; fortalecer as instituições; melhorar o processo de gestão integrada e os conhecimentos sobre a situação atual dos ecossistemas costeiros e de seus recursos; qualificar mão de obra para desenvolver projetos de gestão, conservação e sustentabilidade dos recursos naturais da zona costeira do Pará; elevar a qualidade de vida das populações locais; criar, implementar e fortalecer as unidades de conservação; e, sensibilizar as comunidades costeiras para a importância do uso sustentável da biodiversidade.
A área para a implantação do projeto foi escolhida através de estudos de Representatividade Ecológica elaborados em parceria – Ibama/WWF, de Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade das Zonas Costeiras e Marinhas, do ministério do Meio Ambiente.
A Gestão Biorregional tem por objetivo procurar meios para equilibrar as necessidades de sustento de uma determinada comunidade com o potencial de recursos naturais do local. Zanoni e Iloé Listo garantem que o planejamento biorregional proposto para a Zona Costeira Paraense atende as prioridades do projeto Corredores Ecológicos de responsabilidade da diretoria e da coordenação geral de Ecossistemas do Ibama-sede:
· fortalecer a gestão participativa visando o planejamento, o monitoramento e o controle das ações para conservar a diversidade biológica;
· aumentar a representatividade das áreas protegidas nos corredores ecológicos, expandindo as unidades de conservação;
· priorizar a conectividade das áreas protegidas;
· reduzir a pressão do desmatamento em áreas conservadas; e,
· contribuir para a proteção e o uso sustentável da diversidade biológica brasileira.
Cronograma do Workshop
Dia 12/11 – abertura do evento, às 11h, com exposição do Projeto de Gestão Biorregional da Zona Costeira Paraense, por Iloé de Azevedo
14h – explanação conceitual do sistema de Gestão Biorregional por Luiz Fernando e Moacir Arruda, da coordenadoria geral de Ecossistemas do Ibama-sede
15h – palestra sobre o Proecotur – coordenador de Capacitação do ministério do Meio Ambiente, Fernando Ferreira; e, Ecoturismo e Corredores Ecológicos – Uma Alternativa para a Conservação Ambiental e Incremento de Renda – coordenador de Turismo do Sebrae/TO, Lucas Pimentel
16h – divisão dos grupos e apresentação da metodologia de trabalho que será encerrado às 18h30.
Dia 13/11 – continuação dos trabalhos
Dia 14/11 – encerramento dos trabalhos ao meio-dia. Término do almoço às 14h, com retorno a Belém.
Maiores informações: Zanoni Ferreira (61) 316-1174