Agência Brasil – ABr – Desenvolver metodologia e técnicas de gestão biorregional e manejo de ecossitemas para o corredor ecológico, capacitar técnicos, aumentar a conscientização da população, monitorar empreendimentos impactantes e fomentar atividades de desenvolvimento e pesquisa, são os principais objetivos do Projeto de Cooperação Técnica para a Conservação do Ecossistema do Cerrado, firmado pelo Ibama nesta semana com a Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica).
Como área contemplada para receber a ação do Projeto, foi selecionado o corredor ecológico – área geográfica terrestre e/ou aquática extensa, definida pelas suas características e identidades biológicas, ecológicas e culturais, cuja gestão biorregional visa conservar a biodiversidade, ordenar o uso sustentável dos recursos naturais e promover a distribuição eqüitativa das riquezas – que envolve a Serra dos Pirineus (GO)/Parque Nacional de Brasília – Estação Ecológica de Águas Emendadas (DF)/Vale do Rio Paranã (GO/TO).
Entre as atividades a serem desenvolvidas estão o Ordenamento Territorial, a partir do zoneamento ambiental feito através de trabalhos com geoprocessamento e checagens de campo, que gerarão mapas de uso da terra, contendo recomendações das atividades mais adequadas para cada área. Serão também identificadas, dentre as áreas remanescentes, as mais importantes para conservação e para a eficácia do corredor ecológico. As atividades de uso da terra e dos recursos naturais serão fiscalizadas e monitoradas através dos escritórios do Ibama na região e o controle ambiental será feito através do acompanhamento dos empreendimentos, especialmente aqueles que causam grande impacto ambiental.
No campo da biodiversidade e do manejo de recursos naturais, através de pesquisas de campo e laboratório, nas áreas de geoprocessamento, ecologia de comunidades e populações, genética de populações, conservação de germoplasma, recuperação de áreas degradadas e levantamentos sócio-econômicos, serão gerados dados que contribuirão para indicar as áreas e espécies prioritárias para a conservação.
Quanto ao setor de Educação, serão identificados os principais problemas educacionais da região, onde a taxa de analfabetismo é alta, dado o fato de que a região do Corredor Ecológico escolhido, Vale do Paranã, se encontra entre as áreas mais pobres do País. As atividades educativas serão implementadas através de cursos de educação ambiental nas escolas, com o apoio das agências estaduais e municipais de educação e da sociedade civil organizada.
A implementação destas ações deverá criar condições para que os recursos naturais sejam utilizados de forma sustentável, assegurando com isso, a manutenção da biodiversidade da região e melhorando a qualidade de vida da população regional. A cooperação técnica terá a duração de três anos a partir de 1º de fevereiro. De acordo com o documento assinado, o Governo do Japão deverá enviar peritos para atuação no projeto, além de fornecer maquinaria, equipamentos e materiais necessários para a implementação do mesmo. Ficará, ainda, encarregado do treinamento, no Japão, de funcionários brasileiros vinculados ao Projeto.