Estação Vida – Com a confirmação hoje, de aumento na taxa de energia elétrica em 26%, as fontes de energia alternativa tornam-se cada vez mais interessantes. O aproveitamento dos raios solares que chegam até a Terra representam uma quantidade muito grande de energia, que pode ser utilizada como alternativa para problemas como elevação no custo e escassez, além de ser uma fonte não poluente e renovável. Com esta fonte, para aquecer um chuveiro, por exemplo, são necessárias placas que ficam expostas nos telhados das casas e transformam a energia solar em elétrica. “Embora os custos sejam altos, podem ser compensados em um ano, com a economia de energia”, é o que garante o proprietário da empresa Village Energia, Roberto Emílio Lopes.
A empresa é uma prestadora de serviços em instalações de sistemas de energia alternativa como foco em energia solar. Criada em 1999, a Village adota como princípios, trabalhar os recursos existentes na natureza de forma racional a fim de preservar o equilíbrio do meio ambiente. “O projeto de aproveitamento da luz solar visa fazer uma integração maior entre o homem e a natureza, protegendo e conservando-a. Os raios do sol alimentam os módulos solares que produzem a energia. Elas convertem a luz solar em eletricidade sem a presença de produtos poluentes. O homem age aliando-se à natureza e protegendo-a, com suas inteligentes ações”, explica Lopes. Um detalhe importante é que as células solares continuam a operar com o mesmo rendimento sob céu nublado, como sob a luz direta do sol. Os aparelhos têm garantia de 25 anos e vida útil estimada em 40.
Em Mato Grosso, entre as muitas empresas que utilizam a energia solar está a Reserva Particular do Patrimônio Natural [RPPN], Sesc Pantanal. Localizado na cidade de Poconé, 100 km de Cuiabá, a reserva utiliza a “força do sol” para manter o nível da água nas baías, gerar luz para os postos, possibilitar a comunicação via rádio e aquecer os chuveiros do hotel. Durante os longos períodos de estiagem, os riscos de incêndio se intensificam. Para combater o fogo na reserva, foi criada uma brigada de incêndio e um projeto de reservação de água, que visa, numa eventual seca muito grande, como a de 1999, dar condições à brigada de incêndio, usar todos os equipamentos já disponíveis sem terem que fazer grandes locomoções. Para isso foram implantados módulos de energia nos postos espalhados dentro da reserva.
Segundo o gerente de infra-estrutura do Sesc Pantanal, Waldir Wolfganig, no local foram montadas 95 placas de captação de energia, ou módulos, localizadas nos cinco poços artesianos de onde extraem a água que será armazenada. Neste caso raios do sol alimentam os módulos solares fotovoltaicos que por sua vez, produzem a energia que jogam água até os reservatórios construídos nas bases. Cada reservatório, que tem a capacidade de armazenar 18 mil litros de água, fica elevado do solo e protegido por tela para evitar que bichos sejam sacrificados. Isso porque no último incêndio ocorrido no Pantanal, um dos maiores problemas foi à falta de água e a conseqüente morte de animais. Quando os aviões que ajudavam a apagar o incêndio baixavam para pegar água nos pequenos lagos existentes, acabavam pegando muitos jacarés e outros bichos.
O sistema de rádio da reserva também é mantido por energia solar. “O custo inicial é alto, mas a empresa garante energia para a vida toda. Energia limpa, segura e livre de ICMS”, explica o gerente. O Sesc estuda a proposta de ampliar a capacidade de geração de energia. “A área total da reserva é de mais de 110 mil hectares, que necessitam de geradores de energia. Se continuarmos a substituir os motores à diesel por placas solares, estaremos utilizando energia limpa, sem emissão de gases poluentes, isso sem contar que o aproveitamento de energia solar é, sem dúvida alguma, economicamente viável”, conclui Wolfganig.