Agência Brasil – ABr – Representantes do Ministério da Saúde (Funasa, Anvisa e Fiocruz) e da Agência Nacional de Águas (ANA) criaram um grupo de trabalho para desenvolver projetos integrados de monitoramento e controle da qualidade e potabilidade da água dos rios e para consumo humano. Hoje, eles discutiram na sede da ANA, em Brasília, os principais pontos desta parceria, que incluirá acordo para utilização de laboratórios de análise da qualidade de água, ações integradas para o abastecimento de água a populações isoladas no Semi-Árido Nordestino e na Amazônia e cursos de capacitação de agentes de saúde e organismos gestores de bacia na questão da poluição dos recursos hídricos.
A preocupação com a qualidade da água deve-se à grande incidência de internações médicas causadas por doenças de veiculação hídrica, como a dengue, a febre tifóide e hepatite. Segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no Brasil, todos os anos são anotadas 700 mil internações decorrentes da poluição dos rios e da falta de saneamento básico. Desse total, 45% dos casos são verificados na Região Nordeste e 15% na Região Norte. “A poluição impacta os mananciais de abastecimento público e encarece o processo de despoluição dos rios”, enfatizou o coordenador-geral do Departamento de Engenharia de Saúde Pública da Funasa, Johnny Ferreira dos Santos.
De acordo com diretor da Área de Tecnologia e Informação da ANA, Marcos Freitas, a parceria entre a Agência e o Ministério da Saúde possibilitará a integração do banco de dados dos dois órgãos com informações sobre a qualidade e a quantidade da água. Freitas destacou que a Funasa poderá utilizar, por exemplo, os dados coletados diariamente pelas mais de cinco mil estações de monitoramento de água operadas pela ANA em todo Brasil. Em contrapartida, a Agência poderá contar com laboratórios para análises mais detalhadas da situação da água em vários pontos do País. Ainda será estudada a viabilidade da publicação, pelos dois órgãos, de um atlas relacionando a água e a saúde pública no Brasil.