Seminário discute nova política indigenista

Agência Brasil – ABr – Saúde de qualidade, educação diferenciada, demarcação de terras e respeito aos povos indígenas são algumas das reivindicações que serão apresentadas ao governo em um plano nacional de políticas indigenistas. Esse documento começou a ser estruturado essa semana, durante o Seminário sobre Nova Política Indigenista.

O coordenador de Estudos Especiais da Fundação Nacional do Índio (Funai), Fernando Schiavini, explicou que no seminário serão definidos temas para a I Conferência Nacional de Política Indigenista. “Esse seminário é um ponto de partida para esta discussão que queremos que seja nacional”, disse o coordenador.

Segundo dados da Funai, no Brasil existem cerca de 350 mil índios registrados, porém, de acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número pode chegar a 710 mil.

O índio Crisanto Rudzö, da tribo Xavante, relatou as dificuldades enfrentadas hoje pelos índios. Aos oito anos de idade, ele teve que deixar a aldeia São Marcos, em Mato Grosso, para buscar escola nas cidades próximas. De cidade em cidade, o pequeno Xavante veio até Brasília, onde se formou em técnico em administração. A discriminação foi seu maior obstáculo na busca de sua formação. “Foi muito dificil conseguir uma escola que aceitasse um índio”, disse. O seu maior sonho é se formar em uma universidade.

Como Crisanto, muitos índios hoje estão buscando uma formação melhor. A presidente do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas, Mirian Terena, disse que os índios estão mudando. “Não queremos ver mais o lado do índio folclórico. Hoje os índios são advogados, professores, médicos. Não queremos mais que falem por nós. Queremos ser os verdadeiros agentes sociais da nossa causa”, afirmou.

Mirian contou também que tem observado uma maior participação feminina nos movimentos da causa indígena. Para coroar este maior envolvimento feminino, a secretária Especial de Política para as Mulheres, Emília fernandes, vai indicá-la para o cargo de Conselheira Nacional dos Direitos das Mulheres.

Andréia Araujo

 

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