Rota Brasil Oeste – O presidente da Funai, Eduardo Almeida, confirmou que deverá deixar o cargo, a pedido do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. “Segundo o ministro, minha exoneração seria por incompatibilidade de estilo e desarmonização, mas para mim o que existe é profissionalismo e eu nunca tive problemas nessa área”, afirmou.
Almeida informou não saber ainda os verdadeiros motivos para sua exoneração. Explicou que na carta, escrita também a pedido do ministro, deixa claro que sua saída da Funai não é um ato espontâneo, já que foi nomeado e indicado pelo PT.
Para Eduardo Almeida, as razões de sua iminente saída “são obscuras e artificiais”, mas admite que pressões dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Romero Jucá (PMDB-RR) –que presidiu o órgão de 1984 a 87– estariam motivando a decisão. Também estariam influenciando pressões dos governadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) e Blairo Maggi (PPS-MT).
Segundo reportagem da Folha Online, a troca na presidência da Funai só não foi efetuada ainda porque o governo tem dificuldades para encontrar um substituto. Hoje, o cargo foi oferecido ao recém-nomeado procurador do órgão, o indigenista e advogado Fernando Dantas, que recusou a proposta. Agora, dois pretendentes para herdar o cargo são o chefe de gabinete do Ministério da Justiça, Sérgio Sérvulo da Cunha, e um assessor parlamentar ligado a Jucá, o ex-deputado Antônio Carlos Nantes de Oliveira.
Esta não é a primeira vez que o senador do PMDB de Roraima é acusado de interferir na política indigenista. Como vice-líder do governo Fernando Henrique Cardoso no Senado, ele tratou de exercer sua influência para tentar liberar a mineração em terras indígenas. O político é acusado de ter estreitas relações com mineradoras interessadas em explorar dentro de reservas no estado pelo qual foi eleito.
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Com informações da Agência Brasil, CorreioWeb e FolhaNews.